Folha de rosto - Arca - Fiocruz

exposta no capítulo sobre os marcos teóricos - como “redes latentes”. Ou seja,
distinguem-se das mencionadas “redes integrais” as quais são capazes de
atender às variadas demandas e objetivos, como demonstraram os
depoimentos acerca das redes de vizinhança e de parentesco.
Por sua vez, torna-se possível atribuir a surpresa face ao apoio recebido às
características próprias da amostra dos pais entrevistados, isto é, de pobres
metropolitanos. Dentre estes pais de bebês entrevistados não mais do que
quatro têm emprego, indicando a “vulnerabilidade de vínculos com o mundo do
trabalho” (Escorel: 1999: 75). Por conseguinte, há uma tendência à não criação
de laços significativos com seus companheiros de trabalho dada a efemeridade
dos seus postos profissionais.
A precariedade - manifesta através de ocupações temporárias e sem
qualquer garantia de direitos trabalhistas - das relações existentes entre o
universo dos pais entrevistados e o do trabalho pode ocasionar sua falta de
expectativa para com uma eventual prática de suporte. Em outras palavras,
estes colegas, ao contrário dos que são vizinhos ou parentes, não estão unidos
pela comunhão, por exemplo, de um código de obrigações recíprocas em torno
do qual aglomeram-se os integrantes das redes acima mencionadas. Ou seja,
não se espera de parceiros que compartilham entre si apenas o ambiente
profissional o atendimento a uma série de requisitos que norteiam as
interações entre os que compõem as redes integrais de suporte.
E, uma vez tendo examinado os três tipos de redes sociais preexistentes
que mais apóiam os pais dos recém nascidos hospitalizados, pode-se então
analisar as práticas de suporte desenvolvidas por estas tramas durante a
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