Folha de rosto - Arca - Fiocruz
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Em alguns casos, nota a assistente social Carmem, comparece ao hospital<br />
a sogra da mãe do bebê. Nem sempre esta visita tranqüiliza a mãe do recém<br />
nascido, como pon<strong>de</strong>ra Carmem: “quando vem mãe do pai... quem faz muitas<br />
críticas são as sogras. Não enten<strong>de</strong>m muito, ficam ao lado do pai da criança,<br />
apóiam mais o pai achando que a culpa é mais da mãe”. Esta constatação vai<br />
<strong>de</strong> encontro ao que Bott, em seu mencionado estudo sobre as relações entre<br />
famílias e re<strong>de</strong>s sociais, afirmou a respeito da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
malha estreita ou integrais interfiram na dinâmica das relações entre os<br />
conjugues. De acordo com esta autora, há sempre o risco da lealda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
dos esposos para com seus pais, sobretudo para com a mãe, se sobrepor à<br />
que se tem com seu parceiro conjugal.<br />
Por sua vez, a observação feita in loco pelos profissionais que<br />
acompanham os familiares que entram na UTIN po<strong>de</strong> se tornar o ponto <strong>de</strong><br />
partida <strong>de</strong> uma ação terapêutica capaz <strong>de</strong> facilitar o indispensável processo <strong>de</strong><br />
vinculação entre o núcleo familiar e seu mais novo membro, isto é, o recém<br />
nascido. Assim, fala Beatriz - da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental:<br />
“Por exemplo, uma pessoa que acha... o pai ‘Ah,<br />
mas prematuro não vai dar certo!’ Se ele está aqui,<br />
se a gente po<strong>de</strong> ouvir ele dizer isso, a gente po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smistificar isto, seja a equipe <strong>de</strong> enfermagem, ou<br />
pediatra, quem estiver em contato”.<br />
Afinal, o período pós - parto é consi<strong>de</strong>rado como um momento crucial para<br />
a reor<strong>de</strong>nação psíquica dos pais. Trata - se <strong>de</strong> uma fase da vida em que<br />
ambos, especialmente a mãe, passam por uma “transparência psíquica” que<br />
teve início a partir da gravi<strong>de</strong>z (Bydlowski, 1997: 42). Durante esta passagem<br />
os pais do bebê encontram-se extremamente sensíveis à qualquer intervenção<br />
no seu psiquismo, experimentando uma re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> suas respectivas<br />
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