Folha de rosto - Arca - Fiocruz

inoperância enquanto pólo de suporte num momento crítico porque,
entrementes, sem expectativas, poderia haver por parte de quem está
precisando a busca por fontes alternativas de ajuda (Bronfman, 2001).
Outro elemento norteador das estratégias dos agentes sociais é sua
compreensão a respeito das iniciativas de suporte levadas a cabo pelos demais
membros das redes. Esta cognição refere-se à crença de que suas demandas
de apoio estariam sendo atendidas por seus companheiros de rede. Ou, em
outros termos, que as “redes latentes” estariam sendo acionadas e,
conseqüentemente, “reativadas” (Lemieux,1999: 32). Isto porque estas redes
latentes seriam, basicamente, formadas por “relações estabelecidas” aptas a
serem atualizadas desde que ocorra - numa determinada situação - uma
convergência de propósitos. Exemplo deste tipo de atualização pode ser
observado quando há um problema mais grave de saúde que acaba por
sensibilizar parceiros de redes construídas em passados remotos e distantes
como, dentre outros, colegas dos bancos escolares. Solidárias com a dor de
quem está enfrentando dificuldades para manter-se vivo, pessoas que há
muitos anos não se viam ou se falavam manifestam-se e colocam-se à
disposição para ajudar àquele que encontra-se adoentado.
Ao alcançar ou, ainda, ao mobilizar-se em torno de objetivos comuns os
parceiros de rede tecem uma identidade que lhes é fundamental. Caso a
percam deixam de contar com uma espécie de um manto protetor no qual
estariam envoltos em trocas afetivas e em cuidados recíprocos. O
dilaceramento deste tecido conduz à sensação de vulnerabilidade ou de
precariedade – como a vivenciada pelos pais do recém nascido internado em
UTIN - e aponta para a correspondência existente entre rede de suporte social
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