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Folha de rosto - Arca - Fiocruz

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“vizinha minha que é colega mesmo me ajuda muito, minhas tias não ligam pra<br />

mim, meus pais moram longe”.<br />

E, mais ainda, este último <strong>de</strong>poimento - o <strong>de</strong> Rosa - indica que, por vezes,<br />

uma vizinha po<strong>de</strong> ocupar um espaço que está vago por conta do<br />

comprometimento do relacionamento da mãe do bebê com outras instâncias <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong> que lhe são relevantes como, neste caso, sua família<br />

consangüínea. Neste sentido, corrobora reflexões anteriores acerca da<br />

plasticida<strong>de</strong> das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio e sua conseqüente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar<br />

os indivíduos que exerçam as funções <strong>de</strong> suporte in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se são<br />

ou não ligados por outros laços ou que as <strong>de</strong>sempenhem <strong>de</strong> forma permanente<br />

(Bronfman, 2001). Ou seja, importa mais o preenchimento <strong>de</strong>stas funções do<br />

que as próprias pessoas que as ocupam (Braga: 2006). Para tornar mais clara<br />

esta argumentação po<strong>de</strong> -se recorrer ao exemplo - um pouco diferente do<br />

citado por Rosa - <strong>de</strong> uma avó biológica jovem, ainda às voltas com seu<br />

trabalho, a qual dificilmente teria condições <strong>de</strong> funcionar como uma “avó”, ao<br />

contrário <strong>de</strong> uma vizinha mais velha e aposentada.<br />

Contudo, ao consi<strong>de</strong>rar que as re<strong>de</strong>s constituídas por vizinhos não estão<br />

<strong>de</strong>limitadas por um contorno espacial ou geográfico, mas sim por um processo<br />

<strong>de</strong> recrutamento <strong>de</strong> parceiros que moram por perto e ajudam em momentos <strong>de</strong><br />

“precisão” há <strong>de</strong> se pensar nos limites <strong>de</strong>stas tramas sempre suscetíveis a<br />

conjunturas em constantes transformações como, por exemplo, <strong>de</strong>terminada<br />

posição no ciclo <strong>de</strong> vida. E, ao buscar traçar os marcos fronteiriços das re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> relações <strong>de</strong> vizinhança, é preciso atentar para o fato <strong>de</strong> que muitas vezes<br />

estes companheiros <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>signados pelos pais dos bebês<br />

entrevistados com termos semelhantes aos que são utilizados para nomear<br />

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