Folha de rosto - Arca - Fiocruz
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as compreensões e as práticas <strong>de</strong> suporte. Mesmo porque toda re<strong>de</strong> social<br />
po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como um sistema cuja constelação é construída a partir da<br />
confluência <strong>de</strong> “objetos pessoais (pessoas), funções (ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssas<br />
pessoas) e situações (contexto)” (Lewis, 1987: 443-4). Ou seja, torna-se<br />
necessário dimensionar tanto as formas empíricas do apoio recebido pelos pais<br />
quanto suas <strong>de</strong>mandas e concepções em relação ao <strong>de</strong>sempenho das re<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> suporte preexistentes sob a ótica da posição ocupada na socieda<strong>de</strong> por este<br />
segmento populacional. Neste sentido, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> levar em conta<br />
que a maior parte dos pais entrevistados tem renda média mensal <strong>de</strong> 487 reais<br />
por unida<strong>de</strong> doméstica e mora na periferia do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Em<br />
outras palavras, não dispõe <strong>de</strong> muitos bens materiais para enfrentar<br />
vicissitu<strong>de</strong>s da or<strong>de</strong>m do cotidiano ou emergenciais, como a hospitalização<br />
neonatal.<br />
Por conseguinte, os pais dos bebês internados fazem parte <strong>de</strong> um<br />
contingente populacional que ten<strong>de</strong> a se unir em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modo a tornar<br />
menos estéril a “competição por recursos escassos e valiosos” (Boissevain,<br />
1987: 202). O exercício <strong>de</strong> sua cidadania é precário e, na prática, são<br />
con<strong>de</strong>nados ao <strong>de</strong>sterro cívico. Têm dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos serviços<br />
públicos mais básicos como assistência gratuita em saú<strong>de</strong>. Os pais<br />
entrevistados - tal qual a maioria da população brasileira - não po<strong>de</strong>m pagar<br />
por atendimento médico. E, para fazer frente às estas “situações <strong>de</strong><br />
vulnerabilida<strong>de</strong>s” (Escorel, 1999: 74) estrategicamente aglutinam-se em re<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> apoio, as quais:<br />
“se convertem assim numa ação chave para as<br />
famílias <strong>de</strong> escassos recursos, não apenas para<br />
resolver problemas cotidianos mas sim,<br />
fundamentalmente, para contar com um reforço em<br />
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