Folha de rosto - Arca - Fiocruz

“regulação social” compreende-se a evocação das normas da sociedade e da
própria rede e conseqüente neutralização ou mesmo reprovação de condutas
anti-sociais; “ajuda material e de serviços” refere-se ao auxílio para solucionar
um determinado problema seja de ordem econômica, de saúde, ou de outra
espécie; e, finalmente, “acesso a novos contatos” supõe a ampliação da “rede
social pessoal” (Sluzki, 1997: 48-52). Ou, de acordo com as palavras de
Bronfman - que estudou as relações entre redes de suporte e mortalidade
infantil no México - as funções são de “fazer frente a um grande número de
problemas da vida diária: cuidados com a prole, crises na economia familiar,
ajuda em casos de emergência, suporte moral em caso de acidentes ou
desgraças, etc” (2001: 146).
Portanto, torna-se possível definir uma rede de suporte como um
emaranhado de interações moldadas pelo compromisso moral entre seus
atores. São formações marcadas por “laços fortes” (Mardsen apud Fontes,
2004: 59) ou “cerrados” (Lemieux, 1999: 31). Assim, seus membros acumulam
em conjunto o que Bourdieu denomina como “capital social”, isto é, a
capacidade de reunir um quantum de contatos ou conexões que os habilita a
dominar o campo no qual circulam, incidindo sobre seu posicionamento na
sociedade (1983: 21). Neste sentido, as relações diretas adquirem maior valor
do que as “intermediadas” (Lemieux, 1999:127). Trata-se de um atributo
construído através de entrelaçamentos pessoais cujo desdobramento é o
alcance de metas que dificilmente seriam atingidas por meio individual.
A “previsibilidade” das práticas de solidariedade orienta as estratégias dos
parceiros de rede (Bronfman, 2001: 145). A ponto de que, por vezes, é
preferível a inexistência por completo de uma teia de apoio do que sua
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