Folha de rosto - Arca - Fiocruz

modo a minimizar o desgaste de todos num ambiente pleno de tensões e
conflitos. Para tanto, torna-se necessário que estes cuidadores desenvolvam
um olhar, uma escuta e uma observação que os capacitará a perceber os
meandros destas redes.
Contudo, diversas instituições hospitalares – e, conseqüentemente, seus
representantes - estabelecem uma equivocada correspondência entre estas
matrizes de apoio e as famílias consangüíneas dos pacientes. As fronteiras
das redes de suporte não estão dadas por traços biológicos ou composições
conjugais. São estabelecidas a partir de escolhas pessoais e, por vezes,
podem ser similares às do grupo familiar. Mas freqüentemente têm uma
amplitude maior, sendo que a importância destas teias é tão acentuada que
seus membros tratam-se e denominam-se entre si como parentes de fato.
Importa mais a prática leal e solidária dos indivíduos do que as pessoas em si,
apontando para a necessidade de um questionamento a respeito da
plasticidade da composição das redes de apoio. Tampouco, são contempladas
com uma ótica de rede - por parte dos profissionais de saúde - as que se
formam no âmbito do hospital.
Assim sendo, os profissionais dos serviços de neonatologia não logram
estabelecer rotinas na instituição que favoreçam a participação das redes de
suporte. Exemplos destas práticas restritivas às atividades de apoio aos pais
são os horários durante os quais são autorizadas as visitas de parentes. Na
maioria dos estabelecimentos hospitalares o acesso de visitantes é permitido
apenas em período diurno, ou seja, quando grande parte da população ainda
está nos locais de trabalho. Logo, um estudo sobre as relações entre redes
sociais de apoio e os agentes da assistência hospitalar remete a uma
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