Folha de rosto - Arca - Fiocruz

Em outras palavras, dispor de uma perspectiva de rede para analisar as
interações em curso no hospital e tornar disponível tanto para os profissionais
quanto para os usuários formas de suporte capazes de enredá-los e, assim,
amparar a todas as partes envolvidas neste processo de produção em saúde.
E, ao mesmo tempo, levar em consideração o fato de que as redes internas
apresentam um entrelaçamento ainda tênue e são compostas por pessoas -
sejam leigos ou profissionais - potencialmente fragilizadas pelas constantes
tensões que permeiam qualquer setor de neonatologia.
Além do mais, as ações em redes protagonizadas pelos profissionais de
saúde têm o potencial de se estenderem para além do período de internação
do recém nascido. Apesar deste trabalho não ter detectado qualquer sinal do
prolongamento dos vínculos estabelecidos a partir da hospitalização neonatal,
não se pode deixar de pensar que o prolongamento destas tessituras que
temporariamente uniram os pais e os profissionais que cuidaram dos seus
bebês poderia, eventualmente, ter desdobramentos positivos após a alta
hospitalar. Em outras palavras, ampliar o arco das matrizes de apoio de modo
a assegurar, por um lado, uma volta para casa com menos estresse para os
pais, já que se encontram no limiar de suas forças depois de terem enfrentado
as vicissitudes de uma internação. E, por sua vez, garantir para os profissionais
um maior nível de adesão dos seus pacientes aos procedimentos terapêuticos
ambulatoriais que são indispensáveis para todas as crianças que foram
hospitalizadas no início de suas vidas.
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