Folha de rosto - Arca - Fiocruz

subsídios aos profissionais da UTI para planejarem suas ações terapêuticas de
modo a contar com eventuais parceiros - reunidos em redes - numa luta em
comum pelo bem estar do recém nascido e dos pais.
Além disso, a relevância deste trabalho encontra-se também no seu
propósito de investigar em que medida determinadas iniciativas institucionais
contribuem ou não para a eventual implosão das matrizes de apoio que já
existiam antes da internação do recém nascido. E, com isso, evitar
desdobramentos para além do período de internação.
Ao lado destas questões que dizem respeito ao impacto de um olhar mais
apurado sobre as redes de suporte que este estudo pretende construir para o
aprimoramento do atendimento em neonatologia, há uma motivação pessoal.
Anos de prática profissional em UTIN levaram-me a buscar alternativas para
minimizar a dor dos pais dos recém nascidos que lidam com o ambiente
intensivista. Tive a oportunidade de testemunhar o apelo de vários pais que
tanto queriam que outras pessoas -além de seus parentes consangüíneos - lhe
acalentassem e ajudassem naquele momento. Escutei, na qualidade de
psicóloga, inúmeros lamentos de pais de filhos internados que tinham
dificuldades em compreender porque as normas ditadas pela direção da
maioria das instituições impediam que uma amiga substituísse, por exemplo,
uma mãe (avó do bebê) que por diversos motivos não poderia de modo algum
acompanhar e ajudar seus filhos – pais de recém nascidos – naquelas
circunstâncias. E, aos poucos, fui direcionando minha atenção para as
múltiplas inserções da família do bebê, percebendo a importância destas redes
de suporte para o manejo de uma situação crítica.
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