Folha de rosto - Arca - Fiocruz
Folha de rosto - Arca - Fiocruz
Folha de rosto - Arca - Fiocruz
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
pendências <strong>de</strong> diversos tipos como, por exemplo, auxílio para comprar<br />
passagens para ir e vir da maternida<strong>de</strong>, roupas para os bebês, autorização<br />
para sair do hospital, <strong>de</strong>ntre outras. Daí, diz uma mãe chamada Nair a respeito<br />
das ações <strong>de</strong>sta assistente social: “a gente conhece mais ela, vem sempre<br />
aqui. Quando passa visita ela fala assim: ‘Por que você está com esta cara aí?’<br />
(...) quando tem pra ajudar ela ajuda”. Sendo assim, para algumas mães, a<br />
assistente social é vista como uma fonte <strong>de</strong> apoio material e moral porque,<br />
conta Joana: “é pra ela que a gente corre quando está estressada com alguma<br />
que tratou nosso filho meio assim... a gente fica assim... aí a gente vai lá”.<br />
Esta função protetora matizada por suas ações <strong>de</strong> apoio às mães é notada<br />
pela própria assistente social. A compreensão <strong>de</strong>sta profissional é que<br />
“acolher” é, antes <strong>de</strong> tudo: “enten<strong>de</strong>r aquele momento que a pessoa está<br />
passando, estar junto com ela, dar as informações que ela está necessitando<br />
naquele momento”. Assim, diz Carmem, ela conseguiria proporcionar “bem<br />
estar” uma vez que:<br />
“eu tento sempre me colocar muito no lugar <strong>de</strong>las,<br />
porque é muito duro como a gente vê aí algumas<br />
mulheres que estão sozinhas nessa situação...<br />
quando ela não tem ninguém a gente faz papel <strong>de</strong><br />
mãe (...) Olha, quando eu sinto que tem alguém<br />
que está muito largado, eu faço uma visita junto<br />
com ela quase todos os dias e digo: ‘Olha, como é<br />
que está o neném?’ Eu não digo pra ela que eu<br />
estou ali, mas eu tento ficar junto ali e faço um<br />
monte <strong>de</strong> perguntas pra ela (...) aquelas coisas que<br />
a família pergunta: ‘E a cabecinha <strong>de</strong>le, o cabelinho<br />
está crescendo, né? Pôxa, ele já ganhou peso!’ De<br />
repente a pessoa nem percebe que estou ali com<br />
este papel, mas eu estou. E a pessoa fica assim: ‘É,<br />
a senhora acha?’”.<br />
A percepção <strong>de</strong> que, por vezes, o profissional exerce o papel <strong>de</strong> “mãe”<br />
107<br />
frente ao usuários <strong>de</strong> seus serviços é compartilhada também pela equipe <strong>de</strong>