Folha de rosto - Arca - Fiocruz

trajetórias (Andrade e Vaitsman, 2002). Em outras palavras, ao reunirem-se em
redes as mães entrevistadas logram influir tanto na suas condições de sua
própria saúde psíquica e física - amparando-se uma às outras e, por
conseguinte, diminuindo seus respectivos níveis de estresse - quanto na
evolução do tratamento recebido por seus filhos, pois, dentre outras práticas,
trocam entre si experiências e informações, como será analisado no próximo
capítulo, a respeito também de quem são os profissionais ou os plantões nos
quais podem “confiar” ou “dormir tranqüilas”,
As relações entre as redes internas formadas pelos pais dos bebês e os
cuidadores profissionais também serão investigadas no capítulo a seguir.
Todavia, antes de dar por encerrada a análise acerca da composição e formas
de ações das redes constituídas exclusivamente pelas mães hospedadas no
alojamento, torna-se necessário deixar registrado que não são todas as mães
que encontram-se hospedadas no alojamento que alinhavam entre si as
tessituras próprias das redes de suporte. Algumas delas, mais retraídas e ao
menos naquele momento, avessas a comportamentos gregários, não
participam destas tramas de apoio.
Contudo, o fato das redes internas de suporte não serem compostas por
todas as mães alojadas em nada diminui a importância deste espaço coletivo
como um espaço privilegiado de interações sociais aptas a facilitar a formação
de redes de apoio. Graças à sua existência, somado ao um modo-de-ser-no
mundo dos pais dos bebês que não prescinde da solidariedade frente ao
sofrimento do outro, torna-se possível transformá-lo num palco sobre o qual
são afinados os instrumentos para a construção de experiências mais positivas
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