Folha de rosto - Arca - Fiocruz

que seria mais orientação, acolhimento, o que conta bastante”. Depois, quando
as mães supostamente já “dominariam” mais o vocabulário de um universo tão
diferente do seu e estariam mais desinibidas, a atuação da equipe de saúde
mental seria em torno da consolidação de “um espaço de escuta”. Ou seja,
gradualmente a troca de informações sobre o bebê e os procedimentos
terapêuticos daria lugar aos encontros durante os quais as mães se sentiriam
confortáveis o suficiente para trazer à tona, por vezes, histórias para além do
cotidiano de uma UTIN.
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O relato de Luiza a respeito do apoio recebido da parte de uma
psicóloga ilustra como se desenrola o trabalho oferecido pela equipe de saúde
mental. De acordo com esta mãe, no começo do período de internação -
quando Luiza sequer ia à UTIN porque “tinha muito medo de chegar lá e ver o
pior” - esta integrante do setor de saúde mental visitava-a diariamente na
enfermaria de puérperas com notícias da evolução do seu bebê. E, além do
mais, durante uma cirurgia do seu recém nascido, esta profissional ficava lhe
informando sobre o andamento da operação. Logo, fala Luiza: “Puxa, me
ajudou muito, me dava uma tranqüilidade”.
Assim sendo, constata-se - como indicado anteriormente - que tanto as
funções das redes compostas por profissionais quanto as expectativas dos pais
dos bebês e o respectivo atendimento às estas demandas se diferenciam de
acordo com a categoria profissional. Entre os pais e os médicos há um
importante fluxo de informação. A equipe de enfermagem ampara os usuários
de seus serviços ao realizar com afeto os cuidados com os recém nascidos e
conversar com seus familiares. A de saúde mental atua como mediadora e
como uma “mãe” simbólica dos que estão em sofrimento na medida em que -