Folha de rosto - Arca - Fiocruz

epresentantes do hospital-clínica enquanto um grupo corporativo” mas sim
como pessoas “que têm muitos dos seus elos com o meio sob a forma de
vínculos através de indivíduos que atuavam enquanto indivíduos” (Bott, 1976:
305).
Outrossim, há de se deixar claro que as ações de suporte empreendidas
pelos profissionais do HMON não podem ser confundidas como manifestações
de uma “mera amizade”, a qual, por si só, “não é suficiente como meio de ligar
as pessoas numa rede” (Gluckman, 1976: 21). São, antes de tudo, práticas de
atores sociais inscritos em redes as quais são definidas - apenas para lembrar,
em outras palavras, o que foi exposto no início desta dissertação - como:
“configuração social onde algumas, mas nem todas,
das unidades externas componentes mantém
relações entre si. As unidades externas não
constituem um todo social mais amplo. Elas não
são cercadas por uma fronteira comum” (Bott, 1976:
211).
E, tal qual as demais redes internas analisadas no capítulo anterior,
prescindem da reciprocidade estabelecida a priori (Moreira, 2005). A
reciprocidade não é pré-requisito obrigatório em interações estruturadas pela
dádiva, podendo ser construída a posteriori. Mesmo porque, como visto acima,
muito das trocas sociais não são motivadas por nenhum tipo de cálculo
utilitário. E, sem dúvida, é esta postura antiutilitarista que norteia a atuação da
maior parte dos cuidadores profissionais para com os familiares dos bebês.
Suas ações de suporte aos usuários de seus serviços pautam-se pelo exercício
de uma solidariedade para com quem busca e precisa de sua ajuda. Tendem a
ser espontâneas, mas, por outro lado, dependem de um setting institucional
que pode facilitar ou dificultar suas manifestações.
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