Folha de rosto - Arca - Fiocruz

epresentações sociais como recursos metodológicos que facilitam o acesso ao
mundo intersubjetivo, assim como ao universo intrapsíquico. São “categorias
de pensamento que expressam a realidade, explicam-na, justificando-a ou
questionando-a” (Minayo, 1994: 89). Muitas vezes é no âmbito do conjunto de
representações sociais que adquirem sentido algumas das dimensões das
ações dos agentes sociais. Entretanto, o campo das atividades concretas ou
as condutas dos sujeitos não pode ser encarado como uma mera transposição
do que se passa ao nível das representações. Como indica o próprio termo, a
representação representa, ou seja, não é a realidade e tampouco é um mero
reflexo da mesma. É, antes de tudo, um:
“tipo de saber, socialmente negociado, contido no
senso comum e na dimensão cotidiana que permite
ao indivíduo uma visão de mundo e o orienta nos
projetos de ação e nas estratégias que desenvolve
em seu meio social. “(Queiroz, 2000: 27)
Logo, as representações sociais não se prestam a serem avaliadas como
responsáveis exclusivas pelo comportamento humano (Herzlich, 1991). É
preciso levar em conta que sua autonomia é relativa porque dispõem de uma
relação dialética com a realidade. As representações sociais não são
construções abstratas de sujeitos, mas sim de seres sociais inscritos em
determinadas sociedades perpassadas por diferentes interesses de classes,
relações de gênero, etnia e geração. A posição ocupada por um indivíduo na
estrutura social influencia sua visão de mundo sem, contudo, determiná-la
inteiramente. E as crenças e valores compartilhados, como afirmou Queiroz no
trecho reproduzido acima, orientam - sem determinar - as ações de agentes
sociais. Tanto que representações semelhantes podem atualizar-se através de
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