Folha de rosto - Arca - Fiocruz

momentos excepcionais ou de emergência”
(Bronfman, 2001:123).
Logo, pode-se afirmar que as redes de suporte têm em comum a
expectativa de uma ajuda mútua entre seus membros, como ilustra a fala de
José a respeito de dois amigos que não lhe acompanharam ao longo da
permanência de sua filha no hospital:
“Eu esperava mais dos dois como meus amigos, eu
esperava bastante deles, eles até nem vieram me
visitar, não sei... eu só senti que poderia ter sido
mais... porque eu fui muito presente na vida dos
dois e quando precisei não tive apoio”.
No capítulo sobre marcos teóricos, ponderou-se - graças às contribuições
de Bronfman (2001) - que a ausência ou a omissão, por parte destas redes de
suporte, é considerado um problema mais nocivo do que sua inexistência por
completo. O fato de não ter a quem recorrer desde antes da internação pode -
como será demonstrado ainda neste capítulo - levar os pais a criarem novas
teias como alternativas para melhor atravessar o período de hospitalização dos
seus filhos.
Outrossim, as expectativas e os sentidos atribuídos ao suporte variam de
acordo com a composição das redes e, conseqüentemente, dos vínculos
existentes entre seus participantes. Em geral sempre se espera dos parceiros
de “redes integrais” (Lemieux, 1999: 54) ou de “malha estreita” (Bott, 1976:
105) - cuja principal característica é justamente a intensa freqüência de
interações entre seus membros - suporte em qualquer circunstância, como
ilustram as palavras de Laís: “as pessoas que eu sabia que iam me ajudar
mesmo é que estão me ajudando”.
E vale lembrar, conforme indicado no início deste capítulo, que a
internação neonatal nada tem de corriqueiro ou banal. Em outras palavras, a
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