Folha de rosto - Arca - Fiocruz
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fluxo <strong>de</strong> visitantes e controlam o acesso à unida<strong>de</strong> durante este período. Trata-<br />
se <strong>de</strong> uma rotina cuja implantação, lembra o médico Roberto, envolveu um<br />
processo <strong>de</strong> negociação endossado pela chefia do setor <strong>de</strong> neonatologia:<br />
“quando a gente começou a fazer isso, a gente não fez <strong>de</strong> modo atabalhoado,<br />
a gente fez assim <strong>de</strong>vagar, conversando, falando com as pessoas,<br />
sentando...”.<br />
Todavia, torna-se possível i<strong>de</strong>ntificar objeções e resistências à esta rotina.<br />
Exemplar foi um episódio no qual uma integrante da equipe <strong>de</strong> enfermagem<br />
teria, nas palavras <strong>de</strong> Beatriz: “ela simplesmente <strong>de</strong>cretou que: ‘aquele bebê <strong>de</strong><br />
fulana não vai receber mais nenhuma visita hoje’. Não chegou pra conversar,<br />
chegou pra mandar”. De acordo com esta profissional do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
mental uma conduta mais “a<strong>de</strong>quada” seria a <strong>de</strong> dialogar com suas colegas<br />
que estavam organizando o fluxo <strong>de</strong> visitantes: “não precisava ela vir assim”.<br />
O relato <strong>de</strong> Beatriz sobre este inci<strong>de</strong>nte vai <strong>de</strong> encontro ao que a assistente<br />
social qualifica como uma postura não acolhedora ou “autoritária” da parte <strong>de</strong><br />
alguns profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> os quais supostamente assim falariam com os<br />
parceiros das re<strong>de</strong>s dos pais dos bebês: “’Ô, lava a mão ali! Po<strong>de</strong> entrar agora<br />
não’ E só..., nada <strong>de</strong> explicação, nada <strong>de</strong> conversa”. Os resultados -ainda <strong>de</strong><br />
acordo com esta integrante da equipe <strong>de</strong> serviço social - seriam inconfundíveis:<br />
“ele [o visitante] vai reclamar, não vai lavar a mão, não vai enten<strong>de</strong>r nada, vai<br />
ficar com raiva e vai brigar”.<br />
No entanto, por vezes surgem “problemas” que não são ocasionados<br />
exclusivamente pela conduta dos profissionais, <strong>de</strong> acordo com o médico<br />
Roberto. Para este entrevistado:<br />
“Dentre <strong>de</strong>z, vinte, cinqüenta famílias, uma família<br />
traz problemas pra gente, a gran<strong>de</strong> maioria não traz<br />
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