Folha de rosto - Arca - Fiocruz

pela dupla parental seria compartilhada e melhor compreendida por quem teria
a capacidade de ajudá-la tanto dentro quanto fora do hospital.
Mas, por outro lado, seus críticos, isto é, os cuidadores que recomendam a
presença no hospital apenas do núcleo familiar do recém nascido argumentam
que assim seria evitado a proliferação de bactérias exógenas capazes de
infeccionar um ambiente que deveria ser o mais asséptico possível. De uma
maneira geral, estas posições avessas ao comparecimento das redes integrais
encontram-se presentes nos discursos das Comissões de Controle de Infecção
Hospitalar. E, por vezes, é reproduzida pelos usuários dos serviços públicos
em saúde, como ilustra a seguinte fala de Amanda: “acho que não deveria ter
acesso que não seja de pai e mãe dentro da UTI... é muita gente que entra e a
gente tem medo”.
Embora haja discordância entre os próprios entrevistados a respeito da
conveniência do comparecimento dos parceiros de rede ao hospital, há
consenso em torno da necessidade de que alguma forma de solidariedade seja
expressa porque a omissão por completo da parte de quem deveria estar
apoiando - por pertencer à rede de suporte - pode ser associada à idéia de
‘traição’, como indicado anteriormente. As formas de manifestação de apoio
moral por parte dos parceiros de rede são variadas como as conversas nas
portas das casas ou da UTI e os telefonemas. O importante, diz José, é que o
interesse seja: “de coração, uns perguntam por perguntar... mas tem uns que
sentem afetividade por você”.
De acordo com o que foi mostrado na parte inicial deste capítulo, a
ausência no hospital dos integrantes das redes preexistentes de apoio não é
necessariamente encarada pelos pais dos bebês como uma falta de ajuda num
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