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Folha de rosto - Arca - Fiocruz

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estar ao seu lado na UTIN é aceito <strong>de</strong> maneira equânime pelos <strong>de</strong>mais<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. De acordo com Renata, muitas vezes há resistências<br />

na medida em que:<br />

“No geral eu acho que a equipe vê <strong>de</strong> uma forma<br />

ruim isso: ‘Ah não, a mãe tinha que estar aqui... a<br />

mãe que é a mãe’ às vezes adolescentes <strong>de</strong> doze<br />

anos, as pessoas acham ... treze anos... ‘Não, tem<br />

que... ela tem que assumir , se essa mãe não ficar<br />

aqui, como é que ela vai começar a assumir essa<br />

maternagem?’”.<br />

Este trecho da entrevista realizada com esta integrante da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

mental chama atenção para uma questão <strong>de</strong> suma importância para o estudo<br />

das relações entre os profissionais e as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suporte aos pais. Trata-se da<br />

representação acerca do que seria - ou do que <strong>de</strong>veria ser - o comportamento<br />

a<strong>de</strong>quado para a “mãe” <strong>de</strong> um bebê internado numa unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados<br />

intensivos. Muitos dos entrevistados, inclusive os membros da equipe <strong>de</strong><br />

enfermagem que supostamente teria mais dificulda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>sconstruir um<br />

estereotipo a este respeito, reconhecem que não é incomum a incidência <strong>de</strong><br />

“preconceitos”. Emblemática é a fala da enfermeira Graça sobre os obstáculos<br />

enfrentados por algumas <strong>de</strong> suas colegas para compreen<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>terminados<br />

comportamentos das mães po<strong>de</strong>m ter origem, em parte, na “imaturida<strong>de</strong>” <strong>de</strong><br />

algumas, isto é, na faixa etária <strong>de</strong> mães que sequer saíram da adolescência:<br />

“Na cabeça do pessoal [enfermeiras e técnicas <strong>de</strong><br />

enfermagem] não importa se é adolescente ou se é<br />

mulher mais madura, ela é a mãe do bebê , então<br />

se tem algum tipo <strong>de</strong> comportamento inerente à<br />

ida<strong>de</strong>, acho que a enfermagem não enten<strong>de</strong> muito<br />

bem isso, que acham que elas sempre têm que ter<br />

aquele comportamento <strong>de</strong> mãe e pronto acabou,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ida<strong>de</strong>”.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com esta integrante da equipe <strong>de</strong> enfermagem, o<br />

comportamento <strong>de</strong> mãe aceito por algumas <strong>de</strong> suas companheiras <strong>de</strong> profissão<br />

seria a daquela mãe que é capaz <strong>de</strong>: “ficar ali perto, mais perto do bebê”. E,<br />

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