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Cotidiano das escolas: entre violências; 2006 - MULTIRIO

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A baixa incidência de violência e a segurança também são aponta<strong>das</strong> como<br />

motivos para se gostar do bairro: é um bairro que não se tem notícia de morte e outro<br />

tipo de violência grave; porque é um bairro onde não tem tanta violência como<br />

tem por aí. A violência também pode condicionar a relativização de uma visão<br />

positiva: porque o bairro é bem conservado pelos moradores, pena que existe violência.<br />

Entre os alunos que classificam o bairro como mais ou menos e como<br />

ruim ou péssimo, também há referências à precariedade da infra-estrutura<br />

urbana – muito carro passando; porque é muito fedorento. Mas é a violência que<br />

mais se destaca como argumento central para justificar uma opinião negativa:<br />

Quadro 9.1 – Aspectos que justificam a opinião negativa sobre o bairro,<br />

segundo depoimento dos alunos, 2003/2004*<br />

• só tem violência, esse não é o meu lugar;<br />

• há muita violência, muitas pessoas que machucam outras;<br />

• é um bairro muito violento, a cada dia morre uma pessoa, foi morta por gangues;<br />

porque os meninos da [nome da região] estão em guerra com o [nome da outra<br />

região] e aqui nós ficamos <strong>entre</strong> os tiroteios;<br />

• ele [o bairro] é um pouco perigoso, tem muitos assaltos; às vezes, acontece<br />

algumas brigas, até morte, por aqui;<br />

• porque ultimamente está tendo muita violência.<br />

Fonte: UNESCO, Pesquisa “<strong>Cotidiano</strong> <strong>das</strong> Escolas: <strong>entre</strong> <strong>violências</strong>”, 2003/2004.<br />

* Os termos presentes neste quadro foram retirados <strong>das</strong> questões abertas dos questionários e dos depoimentos obtidos<br />

nas <strong>entre</strong>vistas realiza<strong>das</strong> com os alunos.<br />

Não necessariamente a mesma avaliação que se tem sobre o bairro se tem<br />

sobre a escola. Assim, segundo a tabela 9.3, a seguir, um terço (31%) daqueles<br />

que consideram o bairro péssimo ou ruim, indicam que a escola é boa ou<br />

ótima. No entanto, é mais alta a proporção dos que têm uma opinião negativa<br />

sobre o bairro e fazem restrições à escola: 53% dizem que o bairro é péssimo<br />

e que a escola é mais ou menos e 15% afirmam que ambos são péssimos.<br />

Entre os que apresentam uma perspectiva positiva, há mais confluência de<br />

percepções: 55% consideram o bairro e a escola bons ou ótimos. Mas também<br />

não há como desconsiderar os que, apesar de dizerem que o bairro é bom ou<br />

ótimo, têm restrições em relação à escola: aproximadamente 39% dos alunos<br />

que expressam postura favorável ao bairro acham que a escola é mais ou<br />

menos e cerca de 6% acham que a escola é péssima ou ruim.<br />

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