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Cotidiano das escolas: entre violências; 2006 - MULTIRIO

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nada. Eles puseram e foi detonado em três ou quatro meses. Foi só mais<br />

uma coisa para ser destruída. (Entrevista com professora, São Paulo)<br />

Devine (2002) alerta que nos Estados Unidos, a segurança escolar por<br />

meio da instalação de equipamentos se transformou em importante produto<br />

comercial. Dessa forma, as firmas de detectores de metais, circuitos fechados<br />

de televisão e câmeras de vigilância são amplamente requisitados pelos estabelecimentos<br />

escolares. Aparelhos de raio-X pra a revista de mochilas e<br />

walkie-talkies pra facilitar a comunicação <strong>entre</strong> os inspetores de segurança são<br />

utilizados com o objetivo de evitar a entrada e permanência daqueles que não<br />

são membros da comunidade escolar. Um exemplo desse tipo de investimento<br />

é o programa “Safe and Drug Free Schools”. O Ministério da Educação<br />

dos EE.UU. colocou à disposição, somente no ano de 1999, US$ 566<br />

milhões para o investimento em programas de segurança escolar. Mas esse<br />

investimento não foi suficiente para avanços eficazes na prevenção de atos<br />

violentos na escola, na prevenção do tráfico e do uso de drogas (Castro e<br />

Abramovay, 2002).<br />

Compreende-se, assim, que nem a postura omissa e nem a repressão por<br />

parte da escola, através do controle excessivo de lugares e comportamentos,<br />

contribuem para o efetivo enfrentamento dos casos de <strong>violências</strong> e de outras<br />

situações que requerem algum tipo de ação escolar.<br />

12.3. COMO SE AVALIAM AS PUNIÇOES<br />

Pesquisas da UNESCO (ver <strong>entre</strong> outras Castro e Abramovay, 2002)<br />

advertem sobre uma tendência preocupante <strong>entre</strong> os jovens de se autoavaliarem<br />

e aos seus colegas negativamente, em particular no que se refere<br />

às relações e comportamentos na escola, o que pode imobilizar uma<br />

re-socialização para práticas mais construtivas por cultura contra <strong>violências</strong>,<br />

já que a demonização dos jovens seria assumida por eles próprios.<br />

Pesquisando como os jovens avaliam o nível de justiça <strong>das</strong> punições que<br />

lhe foram endereça<strong>das</strong> na escola também se observa uma implícita aceitação<br />

de culpas. Observa-se na tabela 12.4, que segue, que a maioria daqueles que<br />

foram punidos (45%), o equivalente a 290.508 estudantes, consideram que<br />

o foram de forma justa algumas vezes e em outras injustamente, e que mais<br />

de um terço (34%) indicam que foram punidos justamente. Mas por outro<br />

lado é também expressivo o percentual de alunos que sugerem crítica ao<br />

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