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Cotidiano das escolas: entre violências; 2006 - MULTIRIO

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Tabela 9.10 – Cont.<br />

Capital Existem gangues na escola % N<br />

Salvador<br />

São Paulo<br />

Sim 11,2 34.404<br />

Não 32,8 101.066<br />

Não sei 56,0 172.486<br />

Total 100,0 307.957<br />

Sim 21,6 204.418<br />

Não 26,6 251.899<br />

Não sei 51,8 490.719<br />

Total 100,0 947.036<br />

Fonte: UNESCO, Pesquisa “<strong>Cotidiano</strong> <strong>das</strong> Escolas: <strong>entre</strong> <strong>violências</strong>”, 2003/2004.<br />

Notas: Foi perguntado aos alunos: “Existem gangues na sua escola?”<br />

(1) Dados expandidos.<br />

Nota-se que a percepção sobre a existência de gangues é mais intensa no<br />

Distrito Federal do que nas demais localidades pesquisa<strong>das</strong>, o que é um indicador<br />

claro de que o problema é mais agudo nessa localidade. Observa-se<br />

que, no Distrito Federal, a proporção de alunos que afirmam existir gangues<br />

na escola é quase dez pontos percentuais acima da média, chegando a 31%.<br />

O destaque do Distrito Federal não chega a ser surpreendente considerando<br />

que tal fenômeno assume contornos singulares e intensos nessa<br />

localidade: Olha, o cotidiano dessa escola aqui é uma escola bem difícil. Porque<br />

o índice de gangue, no caso, é forte mesmo.<br />

Uma pesquisa realizada sobre as gangues juvenis <strong>das</strong> cidades-satélites de<br />

Brasília (Abramovay et al, 2004) aponta que, enquanto espaço urbano, o<br />

Distrito Federal é percebido com uma clara segmentação espacial, com<br />

assimetrias que geram um sentimento, por parte dos jovens de periferia, de<br />

que eles são estigmatizados e pouco valorizados. A gangue funciona como<br />

uma espécie de contraponto à condição social, econômica e cultural em que<br />

eles se encontram.<br />

Entretanto, considerando as demais capitais, percebe-se que somente os<br />

alunos de Salvador parecem ter uma percepção menos intensa em relação às<br />

gangues. Em Salvador, 11% dos alunos afirmam que há gangues na escola<br />

enquanto os percentuais de São Paulo, Belém e Porto Alegre se aproximam<br />

da média geral – cerca de 20%- o que é um indicador de que o problema<br />

também é relevante em várias localidades. Tal percepção é reiterada pelos<br />

depoimentos de alunos, professores, diretores e funcionários <strong>das</strong> <strong>escolas</strong> que<br />

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