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Cotidiano das escolas: entre violências; 2006 - MULTIRIO

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1. CONTRUINDO REFERÊNCIAS SOBRE<br />

VIOLÊNCIA, ESCOLA E EDUCAÇÃO<br />

ENTRE SABERES E DESENCONTROS,<br />

DESTACANDO O COTIDIANO<br />

ESCOLAR<br />

Apresentar um conceito de violência requer uma certa cautela, isso porque<br />

ela é, inegavelmente, algo dinâmico e mutável. Suas representações, suas dimensões<br />

e seus significados passam por adaptações à medida que as sociedades se<br />

transformam. A dependência do momento histórico, da localidade, do contexto<br />

cultural e de uma série de outros fatores lhe atribui um caráter de dinamismo<br />

próprio dos fenômenos sociais.<br />

Não há, <strong>entre</strong> os especialistas sobre o tema, um consenso acerca do que<br />

deve ser entendido como um ato de violência. Charlot (1997 in Abramovay<br />

e Rua 2002, p. 69) reconhece que esse é um fenômeno heterogêneo e difícil de<br />

delimitar, especialmente quando o seu locus é a escola, onde devem ser considera<strong>das</strong><br />

as relações de poder e o status de quem fala (professores, diretores ou alunos).<br />

Esse capítulo destaca duas linhas de estudos sobre o tema. Uma defende<br />

que o referente empírico do conceito é a violência física, a outra postula uma<br />

definição mais ampla, onde são considerados as subjetividades e os processos<br />

sociais implícitos.<br />

O capítulo dialoga com a literatura, sobre o conceito de violência, e ao<br />

mesmo tempo, recorre a percepções de diversos atores na escola. Para tanto,<br />

são considerados os depoimentos de alunos, professores e demais membros<br />

do corpo técnico-pedagógico da escola.<br />

Parte-se da premissa de que a violência é uma construção social que se dá<br />

em meio a um conjunto de relações e interações <strong>entre</strong> os sujeitos. Alinha-se,<br />

dessa forma, com uma perspectiva ampla, onde devem ser considerados os<br />

significados atribuídos pelos atores que fazem parte do cotidiano da escola.<br />

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