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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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20este trabalho alienado não é resultado apenas do educador, mas <strong>de</strong> toda umai<strong>de</strong>ologia opressora que perpassa a escola e o trabalho docente.Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Hardt e Negri (2004, p. 311), po<strong>de</strong>-se pensar outroconceito acerca do trabalho docente, como um trabalho imaterial, ou seja, umtrabalho que produz “[...] como serviço, produto cultural, conhecimento oucomunicação”. Os autores distinguem três faces do trabalho imaterial, porématentar-se-á à <strong>de</strong>nominação feita pelos mesmos acerca do trabalho imaterial ser umtrabalho afetivo. Segundo os autores, esta característica do trabalho imaterial,enquanto um trabalho afetivo, diz respeito a um trabalho <strong>de</strong>senvolvido na interação,no cuidado e no contato afetivo entre os sujeitos. Para Hardt e Negri (2004), ocaráter cooperativo do trabalho imaterial não é imposto como nas outras formas <strong>de</strong>trabalho, tornando-o um trabalho alienado. Uma vez que esta característica éimanente à própria ativida<strong>de</strong> laboral do trabalho imaterial, bem como do trabalho doeducador.Martínez (2001, p. 219) compreen<strong>de</strong> que o trabalho docente <strong>de</strong>veria seraquele capaz <strong>de</strong> “recuperar la condición <strong>de</strong> trabajador creativo, <strong>de</strong> intelectual, <strong>de</strong>autor, <strong>de</strong> productor <strong>de</strong> conocimientos nuevos en un proceso colectivo y consciente;i<strong>de</strong>ntificar y valorar el verda<strong>de</strong>ro producto <strong>de</strong>l trabajo docente 1 [...]”. De acordo com aautora, estas são algumas exigências que o sistema educativo espera que osdocentes cumpram no seu serviço, pois dizem respeito à própria incapacida<strong>de</strong> dosistema em cumprir tais responsabilida<strong>de</strong>s, colocando-as enquanto função doseducadores.Como pontua Marx (1967), o professor <strong>de</strong>sempenha um trabalho estranho asi próprio, ou seja, aliena-se a si mesmo, o produto do seu trabalho, a aprendizageme o conhecimento, e aos outros homens, no caso, po<strong>de</strong>-se pensar, os seus alunos,os <strong>de</strong>mais professores, a escola e a comunida<strong>de</strong> escolar. A autora, ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r aescola pública, enfatiza a necessida<strong>de</strong> da reconstrução <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> civil emmovimento, do engajamento dos educadores em uma nova proposta sindical no1 As seguintes notas são traduções livres feitas pela pesquisadora.Recuperar a condição <strong>de</strong> trabalhador criativo, <strong>de</strong> intelectual, <strong>de</strong> autor, <strong>de</strong> produtor <strong>de</strong> novos conhecimentos emum processo coletivo e consciente; i<strong>de</strong>ntificar e valorizar o verda<strong>de</strong>iro produto do trabalho docente.

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