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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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22normatizações, tais como, solicitações, autorizações, exigência <strong>de</strong> juramento, e umcurrículo mínimo do docente.Inicialmente, no <strong>de</strong>correr dos três séculos da época mo<strong>de</strong>rna, a funçãodocente era <strong>de</strong>sempenhada pelas or<strong>de</strong>ns religiosas, que realizavam a <strong>de</strong>finiçãoacerca do “corpo <strong>de</strong> saberes e savoir-faire”, bem como do conjunto <strong>de</strong> “normas” e“valores” inerentes á ativida<strong>de</strong> docente da época.Assim, po<strong>de</strong>mos perceber a manutenção das formas e dos mo<strong>de</strong>losescolares elaborados sob a tutela da Igreja, aos quais se justapõe um novo“corpo <strong>de</strong> docentes”, recrutados e vigiados pelas instâncias emanadas dopo<strong>de</strong>r estatal. O que constitui esses docentes em corpo profissional é ocontrole do Estado, por outro lhes assegura um novo estatuto sócioprofissional.Dessa forma, vão a<strong>de</strong>rir a esse projeto porque, ao se tornarem“funcionários”, também estão garantindo uma in<strong>de</strong>pendência e umaautonomia, por exemplo, frente às influências locais. A “funcionalização”po<strong>de</strong> ser entendida, pois, como um projeto sustentado ao mesmo tempopelos docentes e pelo Estado, em que aqueles anseiam por se constituirnum corpo constitutivo autônomo enquanto este busca o controle dainstituição escolar. (VILLELA, 2000, p. 100).Observa-se que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da profissionalização da docência noBrasil havia uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> libertação e autonomia, ou seja, a profissãoenquanto um processo emancipatório da socieda<strong>de</strong> vigente da época. Entretanto,constatou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um controle do Estado perante aos novoseducadores, em que esta vigilância po<strong>de</strong> ser entendida, segundo Marx (1967) comoum meio para o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho alienado. Pois, o produto do trabalhodocente pertence ao Estado, fazendo com que o resultado do seu trabalho seja umente estranho a ele, e com a separação da tutela da Igreja para a tutela do Estadopo<strong>de</strong> vir a ter contribuído para o <strong>de</strong>senvolvimento da docência em trabalho alienado.Villela (2000) alega que foi somente após a Lei Geral do Ensino, do ano <strong>de</strong>1827, durante o Primeiro Império, que ocorreu a efetiva estatização acerca daorganização docente. Contudo, foi com o Ato Adicional <strong>de</strong> 1834 e com atransferência <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s às províncias perante o quadro docente que seinstaurou a institucionalização da profissão docente.Segundo a autora, a criação das escolas normais também contribuiusignificativamente para a profissionalização dos docentes, uma vez que nesteperíodo houve a substituição do “velho” mestre-escola pelo “novo” professor do

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