11.07.2015 Views

Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

50povo e a arte, ou seja, entre homens e mulheres circunscritos no capitalismocosmopolita, em que através da arte <strong>de</strong>ixarão as linguagens, os conceitos e asimagens inerentes a esta administração e passarão para uma mudança qualitativa,com o intuito <strong>de</strong> emersão da interiorida<strong>de</strong> e da subjetivida<strong>de</strong>.Para Marcuse (1999, p. 46), a arte faz parte daquilo que existe e só assim écapaz <strong>de</strong> falar contra o que existe. Esta contradição, para o autor “[...] é preservadae resolvida (aufgehoben) na forma estética, que dá ao conteúdo familiar e àexperiência familiar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> afastamento”. De acordo com o autor, é estacontradição que <strong>de</strong>termina a qualida<strong>de</strong> da obra <strong>de</strong> arte e sua verda<strong>de</strong>. Da mesmamaneira, Marcuse alega que na obra <strong>de</strong> arte a forma transforma-se em conteúdo evice-versa. Para exemplificar este pressuposto, Marcuse cita Nietzsche (1999, p.46).O preço <strong>de</strong> ser artista é experimentar o que os não—artistas chamam formacomo conteúdo, como (die Sache selbst). Entãopertence-se <strong>de</strong> qualquer modo a um mundo invertido; porque agora oconteúdo, incluindo a nossa própria vida, tornar-se uma coisa meramenteformal.No dizer <strong>de</strong> Marcuse, o mundo da arte é um mundo irreal, isto é, diz respeitoa uma realida<strong>de</strong> fictícia, entretanto, este mundo é composto <strong>de</strong> mais verda<strong>de</strong> do quea realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os dias. Para o autor, é somente neste “[...] que as coisas parecem o que são e o que po<strong>de</strong>riam ser” (MARCUSE, 1999, p. 57).Por outro lado, a obra <strong>de</strong> arte não escon<strong>de</strong> a realida<strong>de</strong>, ela apenas a revela.O caráter revolucionário da arte está relacionado, segundo Marcuse (1999, p.60), <strong>de</strong>vido à revolução estar relacionada à vida e não à morte. Entretanto, o autorenfatiza um elemento inevitável na arte, chamado <strong>de</strong> hybris, em que “[...] o mundocriado pela arte não po<strong>de</strong> ser transposto para a realida<strong>de</strong>”. Pois, para Marcuse omundo fictício da arte permanece, ou seja, está disposto neste mundo ilusório, bemcomo a arte po<strong>de</strong> antece<strong>de</strong>r uma realida<strong>de</strong>. Na visão do autor, a esperança contidana arte não <strong>de</strong>ve ser vista como um i<strong>de</strong>al, mas a sua realização é exterior à própriaarte.Outro caráter fundamental acerca da arte é o Belo, pois para Marcuse (1999,p. 66) ele diz respeito à linguagem libertadora, em que “[...] invoca as imagenslibertadoras da sujeição da morte e da <strong>de</strong>struição, invoca a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver”. Para o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!