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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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47necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um reexame crítico acerca da visão marxista da arte como i<strong>de</strong>ologiae sua ênfase na questão <strong>de</strong> classe.De acordo com Marcuse (1999, p.16), a estética marxista <strong>de</strong>riva da suaconcepção <strong>de</strong> base, a superestrutura, sendo que a partir <strong>de</strong>sta concepção o teóricocompreen<strong>de</strong> que a arte tornou-se um esquema rígido, em que “o esquema implicauma noção normativa da base material como a verda<strong>de</strong>ira realida<strong>de</strong> e uma<strong>de</strong>svalorização política <strong>de</strong> forças não materiais, particularmente da consciênciaindividual, do subconsciente e da função social”.Marcuse (1999) mostra em seus escritos que a subjetivida<strong>de</strong> tem umaimportância fundamental na arte, uma vez que ela correspon<strong>de</strong> à história pessoal dosujeito e não <strong>de</strong> uma existência social, assim como é a história dos seus encontros,paixões, alegrias e tristezas, que para Marcuse não correspon<strong>de</strong>m necessariamentea uma situação <strong>de</strong> classe.Marcuse (1999, p.19) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a sua tese da seguinte maneira:as qualida<strong>de</strong>s radicais da arte, em particular da literatura, ou seja, a suaacusação da realida<strong>de</strong> existente e da “bela aparência” da libertaçãobaseiam-se precisamente nas dimensões em que a arte transcen<strong>de</strong> a sua<strong>de</strong>terminação social e se emancipa a partir do universo real do discurso edo comportamento, preservando, no entanto, a sua presença esmagadora.Assim, a arte cria o mundo em que a subversão da experiência própria daarte se tona possível: o mundo formado pela arte é reconhecido como umarealida<strong>de</strong> reprimida e distorcida na realida<strong>de</strong> existente. Esta experiênciaculmina em situações extremas (do amor e da morte, da culpa e dofracasso, mas também da alegria, da felicida<strong>de</strong> e da realização) queexplo<strong>de</strong>m na realida<strong>de</strong> existente em nome <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> normalmentenegada ou mesmo ignorada. A lógica interna da obra <strong>de</strong> arte termina naemergência <strong>de</strong> outra razão, outra sensibilida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>safiam aracionalida<strong>de</strong> e a sensibilida<strong>de</strong> incorporadas nas instituições dominantes.O autor traz o conceito <strong>de</strong> transcendência, sendo que esta <strong>de</strong>strói aobjetivida<strong>de</strong> que está inerte nas relações sociais já estabelecidas, possibilitando osurgimento da expressão da subjetivida<strong>de</strong>. Da mesma forma Marcuse (1999) colocaque, segundo a lei da forma estética, a obra <strong>de</strong> arte permite uma sublimação darealida<strong>de</strong> existente, isto é, o seu conteúdo é estilizado e os seus dados sãoreor<strong>de</strong>nados segundo as exigências da forma artística. Porém, ele acredita que nabase da sublimação estética há um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssublimação na visão dos sujeitos,

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