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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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73levianda<strong>de</strong>s, e sim, apenas para o trabalho. De acordo com as idéias do autor, sóhaverá um processo emancipatório do trabalho docente a partir do paradigma daação voltada ao entendimento, através das relações comunicativas, em quepossibilite confrontações dialógicas <strong>de</strong> seus interesses para mudar racionalmentesuas vidas.Segundo o estudo <strong>de</strong> Fontana (2000), o professor em cinco meses <strong>de</strong>trabalho sente-se como alguém que carrega um mundo nos ombros, em que o árduoprocesso do tempo traz significativas consequencias.Eu não estou bem. Não vejo a hora <strong>de</strong> que o semestre acabe. O médicodisse que é um quadro <strong>de</strong> estresse. Olha as minhas mãos. Estão sempreassim, frias e trêmulas. Eu sinto um cansaço tão gran<strong>de</strong>! Parece até queestou a carregar o mundo nos meus ombros. (FONTANA, 2000, p. 116).Para a autora, o trabalho do professor é permeado por uma organização ehierarquização da ativida<strong>de</strong> docente, que resulta <strong>de</strong> uma aniquilação dos <strong>de</strong>sejos eprojetos acerca <strong>de</strong>ste trabalho, que por sua vez, acaba sendo substituído por umanseio <strong>de</strong> outrem, isto é, do sistema educacional (FONTANA, 2000). As professoras,ao relatarem a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separar o tempo <strong>de</strong> lazer com o tempo dotrabalho, mostram que estão tão envolvidas em suas jornadas que é impossível terum lazer em que não pensem como vão <strong>de</strong>senvolver a aula seguinte.Habermas (1987) enfatiza em seus pressupostos que a “colonização” domundo da vida se dá através <strong>de</strong> mecanismos atuantes na integração sistêmica, emque ocorre uma substituição gradual da ação comunicativa pelos mecanismosdinheiro e po<strong>de</strong>r. Com isso, pensa-se que o po<strong>de</strong>r da norma materializado nasrelações e condições <strong>de</strong> trabalho docente colocado por Fontana (2000), acaba porsubstituir a busca <strong>de</strong> um possível consenso entre os participantes da ação, pois otempo árduo <strong>de</strong> trabalho corrobora com a integração sistêmica habermasiana.De acordo com a pesquisa <strong>de</strong>senvolvida sobre trabalho docente por Duarte,Oliveira, Augusto e Melo (2008, p. 225), os professores participantes enfatizaram oquanto estão se tornando máquinas humanas na educação, ou seja, “estamos nostransformando em máquinas, que educação é essa? [...] O tempo não dá pra fazertantas coisas que precisam ser feitas. [...] Precisava <strong>de</strong> um avião ou <strong>de</strong> uma moto

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