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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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17Para Marx, os homens po<strong>de</strong>m ser entendidos a partir daquilo que produzem ecomo produzem, uma vez que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das condições materiais da sua produção.As relações materiais po<strong>de</strong>m ser entendidas como as relações entre aquele que<strong>de</strong>tém a força <strong>de</strong> trabalho, ou seja, o trabalhador, e aquele que o emprega.Liedke (2006, p. 319) conceitua, a partir do texto <strong>de</strong> Marx, que trabalho é“ativida<strong>de</strong> resultante do dispêndio <strong>de</strong> energia física e mental, direta ou indiretavoltada à produção <strong>de</strong> bens e serviços [...], contribuindo, assim, para a reproduçãoda vida humana, individual e social”. Contudo, o trabalho docente, em especialaquele <strong>de</strong>senvolvido na escola pública, é entendido como um trabalho que não trazao empregador lucro. A partir das idéias marxistas, po<strong>de</strong>-se pensar que o trabalhodo professor é aquele <strong>de</strong>nominado trabalho improdutivo, em que não é produzidonenhum tipo <strong>de</strong> retorno financeiro a quem o emprega. Entretanto, o trabalho doeducador exige tanto mais esforço físico e mental do que aquele do trabalhador daindústria. Pois, o professor é aquele que, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seu trabalho em sala<strong>de</strong> aula, necessita ainda preparar aulas, corrigir avaliações, participar das formaçõescontinuadas, ou seja, ele geralmente esten<strong>de</strong> sua jornada <strong>de</strong> trabalho para outrashoras em que não está na instituição escolar.Segundo Demo (2006), a educação é um produto a ser comercializado nosistema capitalista, sendo que para este sistema a educação faz parte docomponente da produtivida<strong>de</strong>. Para o autor, se está passando da mais-valiaabsoluta, entendida como exploração da força física, para a mais-valia relativa, emque a exploração se <strong>de</strong>senvolve no âmbito da inteligência. No capitalismo, o que sevaloriza não é mais aquele trabalhador analfabeto, pois este não estaria oferecendoo lucro esperado pelo capital, mas aquele trabalhador que, ao apren<strong>de</strong>r a pensar,busca uma maior produtivida<strong>de</strong> e não a sua cidadania.O autor <strong>de</strong>fine ainda que, ao <strong>de</strong>nunciar o sistema capitalista, <strong>de</strong>nunciam-se,também nos caso dos professores, as <strong>de</strong>primentes condições <strong>de</strong> trabalho, como“baixos salários, jornadas esticadas (dar aula todo o dia), falta <strong>de</strong> carreira,contratação <strong>de</strong> substitutos para <strong>de</strong>preciar ainda mais as remunerações, condiçõesprecárias <strong>de</strong> trabalho” (DEMO, 2006, p. 17). Da mesma forma, para o autor ocapitalismo é marcadamente emburrecedor, uma vez que contribui para o

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