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Maria Odila Finger Fernandes Lima - UNISC Universidade de Santa ...

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49De acordo com o autor, em uma socieda<strong>de</strong> estabelecida a arte mostra ainseparabilida<strong>de</strong> entre sujeito e objeto, homem e natureza, indivíduo e indivíduo. Domesmo modo, Marcuse enfatiza que a arte recorre a uma consciência <strong>de</strong> todos osseres humanos, isto é, seres genéricos, e não especificamente a uma <strong>de</strong>terminadaclasse. Na estética marxista, este sujeito é o proletariado, em que se caracterizacomo sendo a classe universal. Já para o autor, o ser genérico é aquele que exprimeuma consciência coletiva, em que emerge uma necessida<strong>de</strong> universal <strong>de</strong> libertação,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua posição <strong>de</strong> classe.Na visão do autor, quanto mais exploradas forem as classes pelos po<strong>de</strong>resexistentes, mais distanciada estará a arte do povo. Marcuse cita Brecht (1999) aopontuar que a consciência <strong>de</strong> mudança é possível à medida que arte obe<strong>de</strong>ce a suaprópria lei, ou seja, a <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong>. Entretanto, para Marcuse énecessário reconhecer a práxis <strong>de</strong> mudança na arte a partir da sua práxis <strong>de</strong> futuralibertação, pois ela não po<strong>de</strong> ser vista como um pressuposto que venha mudar omundo, mas corroborar para a mudança <strong>de</strong> consciência e impulsos <strong>de</strong> homens emulheres, que por sua vez, possam vir mudar o mundo.Brecht citado por Marcuse (1999, p. 40) enfatiza que a arte revolucionária éaquela que fala a linguagem do povo, on<strong>de</strong> o artista <strong>de</strong>ve estar sempre ao seu lado.Por outro lado, Brecht alega que “[...] nos países capitalistas avançados, esta , não é , não é a gran<strong>de</strong> massa da população <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte”. Aocontrário, para Brecht o povo seria uma minoria militante. No dizer <strong>de</strong> Marcuse, aarte <strong>de</strong>ve estar comprometida não apenas com a minoria, mas com o povo, o artista<strong>de</strong>ve falar a sua linguagem, entretanto, para o autor ainda não é esta a linguagemda libertação.Outra questão pontuada por Marcuse é da arte revolucionária po<strong>de</strong>r tornar-seinimiga do povo, visto que, para o autor a diminuição da tensão entre a arte e apráxis radical po<strong>de</strong> vir a corroborar para a perda da dimensão <strong>de</strong> transformação daarte. Marcuse cita Brecht (1999, p. 42) ao caracterizar esta dialética, em que “opróprio título revela o que acontece quando as forças antagônicas da arte e dapráxis se harmonizam. 20 . Na visão <strong>de</strong> Marcuse, é necessária uma aliança entre o20 O texto intitula-se: “A Arte <strong>de</strong> Representar o Mundo <strong>de</strong> Modo a Dominá-lo”.

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