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CEPAL 2014<br />
criada com o objetivo de promover a comunicação intercultural e<br />
pluralista de matérias atuais que interessam às comunidades indígenas<br />
no Peru e outros países da região. Em praticamente todos os países, as<br />
organizações indígenas nacionais contam com sites. Além disso, o site<br />
do Centro de Culturas Indígenas do Peru (CHIRAPAQ) é um meio de<br />
ampla difusão de atualidade referente aos assuntos indígenas andinos<br />
e amazônicos sob múltiplas perspectivas, destacando-se seu trabalho<br />
com mulheres, jovens e crianças indígenas. Experiências similares se<br />
replicam por toda a América Latina também no âmbito local, como no<br />
caso do povo Mapuche com o informativo independente Mapuexpress,<br />
através do qual difundem notícias de interesse que contribuem à<br />
pluralidade de pensamento e eventos de importância relativos a este<br />
povo no Chile e na Argentina e outras notícias destacadas sobre povos<br />
indígenas em geral. Diversas redes de informação e notícias regionais<br />
incluem também as temáticas indígenas dentro de seus conteúdos.<br />
Alainet, Indymedia e Adital são algumas delas.<br />
Embora se constate a existência de uma multiplicidade de meios de<br />
difusão dos acontecimentos dos povos indígenas na América Latina, o<br />
contexto de discriminação e desigualdade impõe sérios limites que devem<br />
ser superados segundo os padrões de direitos humanos. Por exemplo, a<br />
ausência dos povos indígenas na geração de quadros normativos e a luta<br />
pelas frequências, e a falta de capacitação técnica para o real aproveitamento<br />
das tecnologias da informação e comunicação. Em particular, no âmbito da<br />
nova governança dos recursos naturais, onde se incluem os direitos dos povos<br />
indígenas, um desafio emergente é o de considerar o espectro radioelétrico<br />
nesta nova governança, sendo um de seus elementos a participação nos<br />
benefícios. A esse respeito, observam-se algumas experiências na região:<br />
o estabelecimento de acordos entre o governo regional autônomo da<br />
Nicarágua e a empresa internacional para a cobrança obrigatória pela<br />
passagem do cabo de banda larga nos territórios das regiões autônomas.<br />
Também foram estabelecidos acordos entre a empresa e as autoridades<br />
comunitárias em cada território comunal. Entre as exigências emanadas<br />
da II Cúpula Continental de Comunicação Indígena do Abya Yala (2013),<br />
indicou-se que a autonomia territorial dos povos inclui o espectro<br />
eletromagnético, solicitando-se 33% deste, bem como a atribuição de<br />
frequências na transição digital.<br />
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