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CEPAL 2014<br />
de 37%. As cifras do Estado Plurinacional da Bolívia e Guatemala<br />
são menos alentadoras (14% e 20% de redução, respectivamente),<br />
mas provêm das pesquisas de demografia e saúde de 2002 e 2003,<br />
respectivamente, e 2008, considerando um período de apenas cinco<br />
anos; portanto, se calcularmos o ritmo de redução anual, este é similar<br />
ao de vários países mencionados. Contudo, se continuarem com o<br />
mesmo ritmo de queda, em 2015 Brasil, Costa Rica, Equador, México e<br />
República Bolivariana da Venezuela conseguirão a redução de dois terços<br />
estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), não<br />
só no âmbito nacional, mas também para a infância indígena; o Peru<br />
estaria próximo, motivo pelo qual deveria redobrar os esforços. O Estado<br />
Plurinacional da Bolívia, Guatemala e Panamá deverão efetuar maiores<br />
esforços. Quanto às desigualdades étnicas, o gráfico IV.1 mostra que elas<br />
estariam diminuindo em cinco dos nove países: Costa Rica, Equador,<br />
México, Panamá e República Bolivariana da Venezuela.<br />
Os maiores avanços na região em matéria de políticas e programas<br />
com perspectiva intercultural no âmbito da saúde e a educação se<br />
concentram nas crianças e mulheres indígenas. Muitas das iniciativas<br />
contaram com a participação de organizações indígenas em diversos<br />
graus e com o apoio dos organismos do Sistema das Nações Unidas.<br />
Contudo, as desigualdades da mortalidade infantil e na infância refletem<br />
as iniquidades estruturais que afetam os povos indígenas na região e,<br />
portanto, não serão eliminadas se a saúde das crianças indígenas não<br />
for abordada de forma sinérgica com as outras políticas setoriais e se<br />
descuidarmos a dimensão coletiva quanto à situação dos povos indígenas.<br />
Por outro lado, é preciso renovar e fortalecer o compromisso mundial<br />
na aplicação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos<br />
Povos Indígenas.<br />
É necessário considerar que a violência institucional sob a qual se<br />
abordam numerosos conflitos ligados à legítima recuperação e defesa<br />
territorial por parte dos povos indígenas tem efeitos devastadores sobre<br />
as crianças indígenas. A violência institucional ocorre em numerosas<br />
oportunidades e na grande maioria dos países da região. A ocupação do<br />
território por parte das forças policiais os torna vítimas de hostilidade e<br />
repressão e observou-se a penalização de menores de idade, contrariando<br />
os compromissos internacionais que os Estados assumiram em matéria<br />
dos direitos da infância.<br />
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