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cepal-desafios

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CEPAL 2014<br />

concentram majoritariamente nas idades reprodutivas e economicamente<br />

ativas (de 15 e 59 anos), destacando-se a menor proporção de crianças<br />

e adolescentes menores de 15 anos quando se compara com o peso<br />

relativo que este grupo etário tem no campo. No caso das mulheres<br />

indígenas, isto se explica porque muitas adultas e adultas jovens migram<br />

sem seus filhos, que provavelmente permanecem em seus territórios ao<br />

cuidado de outras mulheres da comunidade, em especial idosas. Isto<br />

poderia sugerir uma fragmentação de famílias e comunidades, em grande<br />

parte como resultado da migração em busca de melhores condições<br />

de vida; mas tampouco se pode descartar que responda a estratégias<br />

de sobrevivência dos povos indígenas, onde as mulheres assumem um<br />

papel de protagonista.<br />

Das estruturas etárias, depreende-se também que em nove dos<br />

11 países com dados disponíveis a percentagem de mulheres indígenas<br />

idosas (60 anos ou mais) é sistematicamente maior que o dos homens<br />

indígenas do mesmo grupo etário (as exceções são Costa Rica e<br />

Panamá), um comportamento esperado, dado que a esperança de vida<br />

feminina costuma ser maior que a masculina; isto merece um exame<br />

pormenorizado se considerarmos as iniquidades de gênero que costumam<br />

afetar as mulheres idosas, dado o acesso desigual às oportunidades que<br />

estas tiveram durante sua vida. Embora entre os povos indígenas a velhice<br />

não tenha uma interpretação negativa, mas de continuidade cultural (a<br />

situação e o papel social podem inclusive aumentar à medida que se<br />

envelhece), é preciso analisar, por um lado, se estas concepções são<br />

igualmente válidas para homens e mulheres indígenas e, por outro, até<br />

que ponto persistem na atualidade.<br />

E. Níveis e tendências da fecundidade indígena:<br />

fator-chave no crescimento populacional<br />

A análise da informação censitária permitiu também constatar uma<br />

redução dos níveis de fecundidade das mulheres indígenas, ao menos<br />

nos cinco países com dados disponíveis da rodada de censos de 2010,<br />

que foi mais notória no Equador e México (veja o gráfico II.1). Contudo,<br />

as estimativas mais recentes refletem uma grande variabilidade entre os<br />

países. A maioria dos países (9 de 13) está em uma categoria na qual as<br />

mulheres indígenas têm, em média, de 2,4 a 3,9 filhos; em dois países<br />

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