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Os Povos Indígenas na América Latina • Síntese<br />
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos<br />
(ACNUDH), com a cooperação da Agência Espanhola de Cooperação<br />
Internacional para o Desenvolvimento (AECID), publicou em 2012 as<br />
Diretrizes de proteção para os povos indígenas em isolamento e em<br />
contato inicial da Região Amazônica, Grande Chaco e Região Oriental<br />
do Paraguai (ACNUDH, 2012).<br />
D. Estrutura por idade e sexo e sua implicação<br />
para as políticas<br />
Com relação à estrutura da população indígena por idade e sexo, de<br />
acordo com a informação recente observa-se uma diminuição do peso<br />
relativo das novas gerações. Este fenômeno indica uma mudança nas<br />
pautas reprodutivas, ao menos a respeito do número de filhos que as<br />
mulheres indígenas têm em média na atualidade, fato que confirma os<br />
censos e as pesquisas de demografia e saúde. No entanto, observa-se<br />
uma diversidade de situações segundo os países e povos indígenas: por<br />
exemplo, a estrutura etária da população indígena no Panamá continua<br />
sendo muito jovem, com uma grande presença de crianças, enquanto<br />
no Uruguai há uma situação excepcional, pois a população indígena<br />
apresenta uma estrutura claramente envelhecida. Além disso, na Costa<br />
Rica, Equador e República Bolivariana da Venezuela, respectivamente, as<br />
estruturas muito jovens dos povos Ngöbe, Achuar e Yukpa contrastam com<br />
aquelas mais envelhecidas dos povos Chorotega, Salasaka e Kumanagoto.<br />
Embora haja avanços no processo de transição demográfica, em<br />
todos os países as populações dos povos indígenas continuam sendo mais<br />
jovens que as não indígenas, o que implica um potencial de crescimento<br />
mais elevado. Isto deveria conduzir a uma maior presença relativa de<br />
pessoas indígenas nas sociedades nacionais nos próximos anos, desde<br />
que as dinâmicas demográficas não sejam ameaçadas pela falta de<br />
aplicação dos direitos dos povos indígenas. Além disso, a relativamente<br />
elevada presença de crianças indígenas, que continua sendo uma<br />
característica distintiva na região, requer que se dê atenção à distribuição<br />
de recursos em matéria de políticas setoriais e se considere também a<br />
situação particular de adolescentes e jovens indígenas.<br />
Por outro lado, devido aos efeitos das migrações e o deslocamento<br />
dos territórios de origem, nas cidades as mulheres e homens indígenas se<br />
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