cepal-desafios
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CEPAL 2014<br />
O Conselho de Direitos Humanos de Nações Unidas sublinhou que<br />
a mudança climática tem consequências no desfrute efetivo dos direitos<br />
humanos, inclusive os direitos à vida, a uma alimentação adequada,<br />
ao desfrute do mais alto nível de saúde, a uma moradia adequada, à<br />
livre determinação e à água potável e saneamento, recordando também<br />
que em nenhum caso se poderá privar um povo de seus próprios meios<br />
de subsistência.<br />
As resoluções e documentos de políticas relativas aos povos<br />
indígenas e mudança climática começaram a ser considerados como<br />
um novo paradigma de conservação, como ocorre, por exemplo, com<br />
a resolução adotada pelo Congresso Mundial da Natureza da União<br />
Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), de 2008, o Plano<br />
de Ação de Durban e o Programa de Trabalho sobre Zonas Protegidas do<br />
Convênio sobre a Diversidade Biológica (PoWPA). Apesar da relevância<br />
deste conjunto de decisões, sua implementação não ocorreu de maneira<br />
consistente e efetiva.<br />
Independentemente das ações das agências internacionais, as<br />
organizações e redes indígenas da América Latina envidaram grandes<br />
esforços de informação e acompanhamento do processo de negociação<br />
sobre mudança climática e aplicação de políticas nesta matéria. Entre<br />
outras ações, questionaram o apoio que os governos dão aos setores<br />
econômicos que mais contribuem para o desmatamento, degradação<br />
e poluição, como a agroindústria, o dendezeiro, os biocombustíveis, a<br />
pecuária extensiva, as hidrelétricas, os hidrocarbonetos, a mineração e<br />
os megaprojetos de infraestrutura.<br />
Recomendações<br />
Recentemente, na primeira reunião da Conferência Regional sobre<br />
População e Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, os governos<br />
da região decidiram: “Respeitar e garantir os direitos territoriais dos povos<br />
indígenas, inclusive os povos em isolamento voluntário e contato inicial,<br />
prestando particular atenção aos <strong>desafios</strong> que representam as indústrias<br />
extrativas e outros grandes investimentos globais, a mobilidade e os<br />
deslocamentos forçados, e desenvolver políticas que garantam a consulta<br />
prévia, livre e informada nos assuntos que os afetam, em conformidade<br />
com o estabelecido na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos<br />
dos Povos Indígenas” (CEPAL, 2013a).<br />
59