cepal-desafios
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CEPAL 2014<br />
é um assunto prioritário não só para as organizações das mulheres<br />
indígenas, incluindo crianças jovens, mas também para os Estados<br />
e a comunidade internacional, o que se reflete nos diversos acordos<br />
regionais e internacionais vigentes.<br />
Promover e garantir os direitos sexuais e reprodutivos em contextos<br />
pluriétnicos supõe a geração de condições para que as pessoas e casais<br />
possam exercê-los de acordo com suas próprias práticas e modelos<br />
de bem-estar. Claramente, sob esta perspectiva são insuficientes os<br />
indicadores de consenso estabelecidos para o acompanhamento do<br />
Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de garantir acesso universal<br />
à saúde reprodutiva até 2015; e, na falta de informação culturalmente<br />
pertinente, cabe realizar uma nova leitura dos indicadores e das<br />
concepções subjacentes.<br />
Planejamento familiar e significados culturais<br />
Uma ampla evidência fundamenta o consenso no sentido de que o<br />
planejamento familiar redunda em beneficio da saúde das mulheres,<br />
filhos e famílias, sobretudo porque oferece a possibilidade de espaçar<br />
os nascimentos e escolher entre métodos contraceptivos variados. Seu<br />
uso contribui à redução da mortalidade materna e melhoria da saúde<br />
das mulheres, ao prevenir a gravidez não desejada de alto risco e<br />
reduzir a prática dos abortos inseguros; ademais, alguns contraceptivos<br />
melhoram a saúde das mulheres ao diminuir as probabilidades de<br />
transmissão de doenças e protegê-las contra algumas formas de câncer<br />
e outros problemas de saúde (OPAS, 2004; CEPAL, 2013c). Portanto, a<br />
incapacidade de satisfazer as demandas da população em matéria de<br />
contracepção significa privar as mulheres de exercer o direito à saúde e,<br />
direta ou indiretamente, limita o exercício de outros direitos econômicos<br />
e sociais.<br />
Em alguns países da região foi possível obter informação sobre<br />
a prevalência do uso de métodos contraceptivos, um indicador que<br />
guarda uma estreita relação inversa com a demanda insatisfeita de<br />
serviços de planejamento familiar. O panorama regional é heterogêneo<br />
se examinarmos as cifras derivadas da última pesquisa disponível.<br />
A Guatemala registra a menor prevalência, com 40% das mulheres<br />
indígenas que utilizam algum método contraceptivo; na Colômbia,<br />
Paraguai e Peru a prevalência supera 70% (veja o gráfico IV.2). Em todos<br />
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