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CEPAL 2014<br />
pequeno. Além disso, o censo permite desagregar a informação em<br />
escalas territoriais menores, algo fundamental na construção de<br />
indicadores no nível de territórios e comunidades indígenas, e é o<br />
quadro para a formulação de pesquisas especializadas. As outras<br />
fontes, ainda que não permitam estimar sua magnitude, oferecem<br />
informação mais detalhada e complementar para a formulação e<br />
acompanhamento de políticas e para a controladoria dos próprios<br />
povos indígenas.<br />
Um exame da região mostra que nos censos da década de 1980<br />
somente metade dos países latino-americanos se aproximava da<br />
quantificação da população indígena, situação que praticamente<br />
persistia em 1990, quando em geral predominavam critérios linguísticos<br />
para esta quantificação: tratava-se de uma abordagem em que os povos<br />
indígenas eram considerados “objetos de políticas” 3 . Nos censos do<br />
início deste século, junto com as mudanças sociopolíticas ocorre um<br />
salto quantitativo importante, já que 16 dos 19 países que realizaram<br />
seu censo na década de 2000 identificaram a população indígena.<br />
A mudança mais significativa foi a incorporação do critério de<br />
autoidentificação, coerente com o reconhecimento dos povos indígenas<br />
enquanto sujeitos de direitos.<br />
A partir da década de 2000, foram realizadas numerosas ações para<br />
promover e fortalecer a visibilidade estatística dos povos indígenas,<br />
visando à rodada de censos de 2010: procurava-se passar do “salto de<br />
caráter quantitativo” observado de 1990 a 2000 a um “salto de caráter<br />
qualitativo”, melhorando substancialmente a qualidade da informação.<br />
Estas ações permitiram elaborar um conjunto de recomendações<br />
aplicáveis à região, partindo daquelas emanadas do UNPFII, ao atribuirlhes<br />
um caráter mais operacional e estratégico. Como resultado do<br />
diálogo entre os institutos de estatística, as organizações indígenas, a<br />
academia e outros organismos nacionais e internacionais, contamos<br />
com um “padrão” para a inclusão dos povos indígenas nos censos de<br />
população e habitação. Este inclui aspectos vinculados aos critérios<br />
e perguntas de identificação destes povos e outros que se referem a<br />
3<br />
Utiliza-se o termo “população indígena” e não “povos indígenas” porque alguns países<br />
permitem identificar a condição indígena e não indígena, mas não os diferentes povos a<br />
que pertencem.<br />
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