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CEPAL 2014<br />

países com informação disponível de dois censos observa-se um aumento<br />

relativo de assentamento urbano, exceto no Equador (veja o gráfico III.2).<br />

Não obstante, continua havendo uma grande heterogeneidade nos países<br />

da região: em alguns, os imigrantes internacionais indígenas se assentam<br />

especialmente em zonas rurais (Nicarágua e Panamá), enquanto em<br />

outros se distribuem em iguais proporções no campo e na cidade (Costa<br />

Rica, Equador e México) ou se assentam majoritariamente em zonas<br />

urbanas (Brasil, Colômbia, Peru e Uruguai).<br />

Com relação à origem, e como em geral sucede na migração<br />

intrarregional, a imigração provém principalmente de outros países da<br />

América Latina, em especial vizinhos, embora também se observem casos<br />

de povos indígenas que realizam uma migração de caráter transnacional a<br />

países situados fora da região e de onde gerações subsequentes regressam<br />

ao país de origem de seus pais (como os imigrantes indígenas no México<br />

que nasceram nos Estados Unidos ou os otavalos nascidos na Espanha<br />

e contados pelo censo no Equador).<br />

A análise dos padrões de assentamento por divisões administrativas<br />

maiores sugere a presença de uma migração que responde a uma<br />

mobilidade em territórios ancestrais, como ocorre com a migração<br />

internacional indígena do povo Pastos: 60% deles vivem na província<br />

de Carchi do Equador, que limita com o departamento colombiano de<br />

Nariño, onde vivem 84% dos imigrantes internacionais pastos nascidos<br />

no Equador. Também há outros padrões migratórios. As capitais atraem<br />

fluxos de migração internacional indígena independentemente da<br />

presença de territórios históricos inseridos em dois ou mais Estados.<br />

Alguns imigrantes de povos originários de um lado da fronteira,<br />

como os imigrantes otavalos nascidos no Equador e residentes na<br />

Colômbia, migram para países vizinhos numa espécie de mobilidade<br />

histórica. Seriam itinerários associados a atividades de comércio de<br />

suas produções que implicam certo grau de mobilidade por territórios<br />

além da fronteira étnica.<br />

Num contexto de avanços importantes, mas insuficientes, no<br />

reconhecimento e aplicação dos direitos dos povos indígenas, e além<br />

da diversidade regional a respeito das magnitudes e características da<br />

mobilidade indígena, de acordo com as cifras a migração através de<br />

fronteiras estatais é outro desafio que os Estados devem assumir como<br />

parte das ações para fechar as brechas. Por exemplo, a concessão de<br />

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