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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

OCORRÊNCIA <strong>DE</strong> PSITACOSE HUMANA EM CACHOEIRINHA, RIO<br />

GRAN<strong>DE</strong> DO SUL, ASSOCIADA AO CONTATO COM CATURRITAS<br />

(MYIOPSITTA MONACHUS)<br />

Marco Antônio Barreto de Almeida 1 ; Edmilson dos Santos 1 ; Tânia de Freitas Raso 2 ;<br />

Maria de Lourdes Salvi 3 ; Marilina Bercini 4 .<br />

1. Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde/CEVS/SES-RS (marcoalmeida@saude.rs.gov.br);<br />

2. Depto de Patologia Veterinária/FCAVJ/UNESP;<br />

3. 1ª CRS/SES-RS;<br />

4. DVE/CEVS/SES-RS.<br />

A caturrita (Myiopsitta monachus), psitacídeo mais comum no RS, ocorre em bandos de<br />

30 a 50 indivíduos, em terrenos abertos com árvores esparsas, arvoredos plantados ou<br />

matas de galeria. É considerada praga agrícola e sua caça é regulada pelo<br />

IBAMAatravés de instruções normativas. Sua captura, comércio clandestino e uso como<br />

animal de estimação são comuns. Detectada em mais de 460 espécies de aves, 45% da<br />

Ordem Psittaciformes, a clamidiose, causada pela Chlamydophila psittaci, é uma das<br />

principais enfermidades que acomete os psitacídeos. No Brasil, estudos indicaram 16 a<br />

56% de psitacídeos aparentemente sadios como portadores do microrganismo.<br />

Normalmente a forma clínica se manifesta apenas após estresse. Aves infectadas<br />

eliminam o agente nas secreções respiratórias, oculares e cloacais, representando risco<br />

de contaminação aerógena às pessoas em contato. Em humanos, conhecida como<br />

psitacose, a doença é caracterizada por alterações respiratórias e pneumonia atípica. Em<br />

dezembro de 2003, sete membros de uma família em Cachoeirinha/RS, apresentaram<br />

quadro clínico sugestivo de psitacose. Exames de imunofluorescência indireta<br />

demonstraram títulos de anticorpos (IgM e IgG) anti-C. psittaci variando de 32 a 512<br />

em cinco destes indivíduos, indicativos de infecção atual. A investigação revelou que os<br />

doentes compraram três caturritas no comércio ilegal, tendo manipulado as aves durante<br />

o período em que estas apresentavam sinais clínicos de doença. Não foi apurada a<br />

procedência dos animais, os quais morreram antes de qualquer avaliação médica. Um<br />

único exemplar, adquirido com os demais, porém locado em outra residência, foi<br />

submetido à necropsia, entretanto, os exames laboratoriais foram inconclusivos devido à<br />

autólise da carcaça. A escassez de informações sobre esta zoonose e o desconhecimento<br />

da importância do material oriundo de aves, prejudicou a correta detecção do agente, já<br />

que os animais mortos foram descartados. A despeito da falta de confirmação<br />

laboratorial nas caturritas, estas foram incriminadas como fontes de infecção aos<br />

humanos. Após hospitalização e tratamento adequado às pessoas recuperaram-se dos<br />

sintomas clínicos. O presente relato é um alerta para profissionais, criadores e<br />

proprietários que manipulam aves silvestres sem a adoção de medidas adequadas de<br />

biossegurança. Palavras chave: Myiopsitta monachus, Psitacose, Biossegurança.<br />

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