FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

XII CBO – Congresso Brasileiro de Ornitologia
21 a 26 de novembro de 2004
Universidade Regional de Blumenau/SC
NOVO REGISTRO DO PETREL-DAS-TORMENTAS-DE-CARA-BRANCA,
PELAGODROMA MARINA (LATHAM, 1790) (PROCELLARIIFORMES,
HYDROBATIDAE) NA COSTA BRASILEIRA.
Jules M. R. Soto 1 ; Camila C. da Silva-Ribeiro 2 ; Maurício S. D. Guimarães 2
1 Curador Geral do Museu Oceanográfico do Vale do Itajaí - MOVI - UNIVALI, CP 360, Itajaí,
SC, CEP 88302-202, soto@bc.univali.br; 2 Técnicos Ambientais da Compagnie Generale de
Geophysique - CGG-Brasil, Av. Presidente Wilson 231, sala 1501, Rio de Janeiro, RJ, CEP
20030-021, camicsribeiro@yahoo.com.br
O petrel Pelagodroma marina foi descrito "ao largo da desembocadura do Rio de La
Plata", sendo circunglobal de águas frias, temperadas e tropicais, principalmente do
Hemisfério Sul. A espécie foi previamente registrada no Brasil, com base em um único
espécime, coletado no extremo norte da Bahia em 1996 (Museu de Ciências Naturais da
Cetrel - MCNC 124), aos 11º27'S, 37º27'W e determinado como P. marina hypoleuca.
Durante prospecções de sísmica marinha 3D, efetuadas ao largo do Rio de Janeiro (área
1-BRSA-213-RJS), observadores de bordo da Compagnie Generale de Geophysique
embarcados no MV "CGG Symphony", encontraram um pequeno petrel moribundo
sobre o convés. O registro deu-se em 23 de julho de 2004, com vento de sudeste (23
mn), aos 24º58.110'S e 40º44.107'W (17:40), quando o espécime foi fotografado e
posteriormente liberado com vida. As fotografias foram tombadas no Museu
Oceanográfico do Vale do Itajaí (MOVI 37414), sendo a espécie determinada como P.
marina, com base na plumagem, comprimento das patas e pequeno tamanho geral. Das
seis subespécies reconhecidas, três ocorrem no Atlântico: P. marina marina, P. marina
hypoleuca e P. marina eadesi, que nidificam principalmente em Tristão da
Cunha/Gough, Ilhas Selvagens (Portugal) e Cabo Verde, respectivamente. A última é
distinguida das demais pela presença de um conspícuo colar branco, enquanto que o
complexo marina-hypoleuca pode, de acordo com alguns autores, ser resolvido com
base no comprimento do cúlmen. A inexistência desta medida no espécime aqui
registrado impossibilitou a determinação em nível subespecífico, porém foi observado
que a região supra-superciliar é notadamente mais clara que a ilustrada para P. marina
hypoleuca, aproximando-se mais do colorido de P. marina marina, portanto sendo
possível a ocorrência das duas formas na costa brasileira.
Palavras-chave: Procellariiformes, Pelagodroma marina, sistemática
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