FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

XII CBO – Congresso Brasileiro de Ornitologia
21 a 26 de novembro de 2004
Universidade Regional de Blumenau/SC
Palestra 22: “Diversificação histórica da avifauna amazônica e filogeografia”
Palestrante: Dr. Alexandre Aleixo (MPEG)
Data: 26/11/2004
Horário: 10:30 hs
Alexandre Aleixo
Setor de Ornitologia, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém,
Pará. E-mail: aleixo@museu-goeldi.br
Nos últimos anos diversos estudos têm utilizado caracteres vocais para a diagnose de
espécies crípticas de Suboscines Neotropicais (exemplos com espécies das famílias
Rhinocryptidae, Thamnophilidae, Formicariidae, Furnariidae, Dendrocolaptidae e
Tyrannidae) sob a premissa de que o canto neste grupo de Passeriformes é conservado e
inato, ou seja, reflete diretamente diferenças genéticas ligadas a um postulado
isolamento reprodutivo. No entanto, essa premissa é baseada em poucos estudos com
apenas três espécies próximas de Tyrannidae da região temperada (Empidonax alnorum,
E. traillii e Sayornis phoebe). Recentemente, alguns estudos mostraram que esta
generalização não parece ser válida para todos os Suboscines, um grupo com mais de
1.000 espécies com distribuição predominante nos Neotrópicos. Dados recentes
publicados sobre o comportamento vocal de Synallaxis albescens (Furnariidae),
Chiroxiphia linearis (Pipridae) e Procnias tricarunculata (Cotingidae) indicam que
existe uma significativa variação vocal individual e regional entre populações destas
espécies, o que claramente desafia o paradigma atual da pouca variação e origem inata
do canto em todos os Passeriformes Suboscines. Nesta palestra, enfatizo a necessidade
de verificação da congruência de caracteres (vocais, morfológicos e genéticos) na
delimitação de espécies crípticas e alerto para o perigo de considerar automaticamente
como espécies válidas populações vocalmente variáveis de espécies de Suboscines.
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