FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO – Congresso Brasileiro de Ornitologia 21 a 26 de novembro de 2004 Universidade Regional de Blumenau/SC POLINIZAÇÃO DE SYMPHONIA GLOBULIFERA (CLUSIACEAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL: UMA ESPÉCIE POLINIZADA PRINCIPALMENTE POR BEIJA-FLORES OU POR OUTRAS AVES? 1,2 Renata de Melo Valente Museu Paraense Emílio Goeldi, Av. Perimetral, Guamá, 66040-170, Cx.P. 399 - renata@museu-goeldi.br O anani (Symphonia globulifera) é uma árvore comumente encontrada em áreas alagáveis da Amazônia, mas também pode ocorrer em florestas de terra firme. Na época da floração, esta espécie constitui uma importante fonte alimentar para insetos, aves e até mesmo mamíferos. Apesar de sua abundância e de sua importância como recurso alimentar, poucos estudos existem sobre a polinização desta espécie. Um trabalho realizado na Guiana Francesa aponta o anani como uma espécie polinizada essencialmente por aves que pousam para se alimentar, enquanto outro estudo realizado na Amazônia ocidental refere-se à espécie como sendo principalmente polinizada por beija-flores. O objetivo deste estudo foi identificar as espécies de aves que visitam as flores do anani nas margens de igarapés da Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), localizada na FLONA de Caxiunã, Pará, a fim de definir quais os principais polinizadores da espécie. Foram feitas observações em seis grupos de árvores de anani, no período de 8 a 23/9/2004, entre 15:30 – 18:40h, totalizando 28 horas de observações. Foram registradas 16 espécies de aves visitando as amostras, sendo 10 beija-flores (Phaethornis superciliosus, P. ruber, Florisuga mellivora, Chlorestes notatus, Thalurania furcata, Hylocharis sapphirina, H. cyanus, Polytmus theresiae, Polyplancta aurescens e Topaza pella). As demais espécies foram Pionites leucogaster, Celeus undatus, Coereba flaveola, Ramphocelus carbo, Cyanerpes caeruleus e Cacicus cela. P. leucogaster e R. carbo não foram observadas alimentando-se nas flores, mas outro estudo aponta esta última espécie como polinizadora do anani. Todos os beija-flores foram mais freqüentes do que as demais espécies, sendo que F. mellivora foi o principal visitante. Dois grupos de árvores foram defendidos vigorosamente durante vários dias por machos de T. pella, tanto contra co-específicos quanto contra outras espécies de aves. Durante este período, os machos de T. pella parecem utilizar as flores do anani como fonte exclusiva de néctar. Comportamentos territorialistas, embora com menor intensidade, também foram observados em F. mellivora, C. notatus, T. furcata, e P. theresiae. Os resultados indicam que as espécies de beija-flores são as principais responsáveis pela polinização do anani na área de estudo. Palavras chave: polinização, Symphonia globulifera, ornitofilia. 1. Iniciativa TEAM, financiada pela Gordon and Betty Moore Foudation, através da Conservação Internacional 2. CNPq 402
XII CBO – Congresso Brasileiro de Ornitologia 21 a 26 de novembro de 2004 Universidade Regional de Blumenau/SC INFORMAÇÕES SOBRE A ALIMENTAÇÃO DE AMAZONA BRASILIENSIS (PAPAGAIO-DE-CARA-ROXA), (LINNAEUS, 1758) NA REGIÃO DE GUARAQUEÇABA, PARANÁ BRASIL. Adriana Oliveira do Valle 1 ; Elenise Angelotti Bastos Sipinski 2 ; Roberto Bóçon 2 . Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) 1 - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental - SPVS, papagaio@spvs.org.br 2. O papagaio-de-cara-roxa, Amazona brasiliensis, é uma espécie mundialmente reconhecida como ameaçada de extinção. Endêmica da Floresta Atlântica sua distribuição geográfica estende-se do litoral sul do estado de São Paulo até o extremo nordeste do estado de Santa Catarina. Assim como outras espécies de papagaios, alimenta-se principalmente de frutos, folhas, flores, e inflorescências de diversas espécies vegetais em diferentes estratos da floresta. O objetivo do presente trabalho foi levantar qualitativamente as espécies vegetais utilizadas na alimentação do papagaio-decara-roxa nas ilhas Rasa, Gamelas e Grande. A área de estudo está inserida na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, localizada no setor leste da Baía das Laranjeiras, Guaraqueçaba, Pr. As unidades fitoecológicas presentes na área de estudo são a Formação Pioneira de Influência Marinha, Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e Formação Pioneiras de Influência Fluviomarinha. As informações foram levantadas durante os meses de agosto e outubro de 2003 e janeiro a abril de 2004. Na ilha Rasa, as informações foram levantadas através de Método de registro alimentar visual (feeding bouts), que consistiu no deslocamento por dois transectos pré-determinados de 1 Km cada, com visualização através de bionóculos, os ítens consumidos foram anotados identificando-se a espécie vegetal em foco. Além dos contatos visuais foram levantados registros de vestígios que apontassem o indício de utilização de partes vegetais consumidas pelo papagaio. Para a complementação das informações foram efetuadas entrevistas e visitas a campo com guias, moradores da região e observadores da biologia da espécie desde 1988. Através de um esforço amostral de 88 horas de trabalhos de campo, obteve-se um total de 35 espécies vegetais distribuídas em 24 famílias, utilizadas na alimentação de Amazona brasiliensis. Deste total foi verificado o consumo de frutos em 25 espécies, o consumo de sementes em 4 espécies, o consumo de frutos e sementes em 3 espécies o consumo de frutos e flores em 3 espécies vegetais. Os resultados apontam 14 espécies vegetais ainda não citadas na alimentação do papagaiode-cara-roxa, destas, duas foram identificadas a nível de gênero: Rollinia sp (ariticum); Ocotea sp (canela); Myitenis robusta (ingá); Garcinia gardneriana (bacupari); Andira fraxinifolia (jacarandá); Norantea brasiliensis (agarrapé); Guarea macrophylla tuberculata (café-do-mato); Ficus gomelleira (figueira-branca); Ficus pertura (figueira); Myrsine guianensis (capororocão); Gomidesia spectribiles (guapiroca); Seguieria langsdorfii (limão-bravo); Psoqueria latifolia (macaco); Citharexyllum 403
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