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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

OCORRÊNCIA <strong>DE</strong> COLÔNIA REPRODUTIVA <strong>DE</strong> GUARÁ-VERMELHO<br />

EUDOCIMUS RUBER EM ILHA COMPRIDA NO LITORAL DO ESTADO <strong>DE</strong><br />

SÃO PAULO, BRASIL<br />

Danielle Paludo 1 ; Paulo Martuscelli 2 ; Fausto Pires de Campos 3 .<br />

1- ESEC dos Tupiniquins, IBAMA, Rua da Saudade nº 350, CEP 11920-000, Iguape-SP; 2,3-<br />

CEMAS/Fundação Florestal/SMA, Rua do Horto 931, CEP 02377-000, São Paulo-SP.<br />

e-mail: esec.tupiniquins.sp@ibama.gov.br<br />

A confirmação de uma colônia reprodutiva da íbis guará-vermelho Eudocimus ruber na<br />

localidade de Saveiros, de coordenadas 24° 42’ S e 47° 28’ W, na Ilha Comprida, veio a<br />

convalidar uma série de registros realizados desde 1985 na região lagunar de Iguape -<br />

Cananéia no sul do Estado de São Paulo. A partir de informação do pedreiro e fotógrafo<br />

Elói Silva Souto foi descoberta esta colônia reprodutiva de E. ruber, na qual foram<br />

observados cerca de 40 indivíduos adultos, encontrados 15 ninhos e marcados 11<br />

ninhegos. Os ninhos desta espécie encontram-se num grande ninhal misto com garças e<br />

socós, como Egretta thula, E. caerulea, Casmerodius albus, Bulbucus ibis, Ardea cocoi,<br />

Tigrissoma lineatum e Nycticorax nycticorax, ocupando cerca de 0,56 ha sobre Avicenia<br />

schaueriana em manguezal que surgiu após o fechamento do Valo Grande em 1978. E.<br />

ruber foi considerada extinta no sudeste brasileiro desde o início do século XX até os<br />

anos 80, quando foi localizada uma colônia ativa pelo Professor Werner Bokermann nos<br />

manguezais de Santos/Cubatão. Alguns autores confirmam esta espécie entre Iguape e<br />

Paranaguá-PR ao longo da história. Observamos em 1985 grupo com 6 adultos<br />

forrageando na Ilha do Cardoso, Cananéia. Após avistagens seguidas de indivíduos, no<br />

ano de 1993, em Iguape, na foz do Rio Sorocabinha, contamos 12 ninhos e, perto da<br />

Barra de Icapara, encontramos uma colônia nidificando, com cerca de 26 adultos, numa<br />

área de 0,5 ha sobre Rhizophora mangle jovem. Moradores afirmaram que esta<br />

colonização ocorria desde 1989. Em 1993 e nos anos seguintes ocorreram mais registros<br />

na Baixada Santista e foram implementados estudos, onde se comprovou colônia<br />

permanente de guarás com cerca de 600 indivíduos. Em 2002 avistamos guarás em<br />

Iguape e passamos a monitorar grupos de até 8 indivíduos. Algumas unidades de<br />

conservação da natureza circundam esta região e têm manguezais bastante preservados.<br />

No entanto o guará sofre muito com a ação humana. Fatores de desagregação, como a<br />

coleta de ovos, prejudicaram o sucesso reprodutivo da nova colônia. A forte<br />

especulação imobiliária destruiu a restinga adjacente, expondo todo o manguezal à<br />

degradação. É necessário, portanto, criar refúgios de vida silvestre na região lagunar e<br />

na Baixada, para proteção do guará, manguezais e fauna em geral.<br />

Palavras chave: Guará-vermelho, Conservação e Ilha Comprida.<br />

Apoio Financeiro: IBAMA/Iguape-SP e Fundação Florestal/SMA-SP<br />

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