FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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Key- words: Mata Atlântica, fragmentation, telemetry, Sponsored by the German Federal Ministry of Education and Research 244
XII CBO – Congresso Brasileiro de Ornitologia 21 a 26 de novembro de 2004 Universidade Regional de Blumenau/SC AMPLITUDE DE NICHO ALIMENTAR DE AVES FRUGÍVORAS NA FLORESTA ATLÂNTICA: INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E NUTRICIONAIS NA SELEÇÃO DE FRUTOS. Érica Hasui e Wesley Rodrigues Silva Laboratório de Interações Vertebrados-Plantas, Depto de Zoologia, IB-Unicamp, CP 6109, 13083-970 Campinas, SP. E-mail: ericahasui@yahoo.com , wesley@unicamp.br A seleção de frutos por aves envolve relações complexas entre as características morfológicas e nutricionais dos frutos com as necessidades fisiológicas e as habilidades comportamentais das aves. Para estudar estas relações foram analisadas as estratégias alimentares de 31 espécies de aves durante três anos na Floresta Atlântica do sudeste do Brasil (Parque Estadual Intervales, SP). A dieta foi avaliada através de observações diretas do comportamento alimentar e por meio de análises das fezes das aves capturadas em redes de neblina. Simultaneamente, todos os frutos ornitocóricos encontrados na área de estudo foram caracterizados morfológica e nutricionalmente. As aves frugívoras apresentaram diferentes estratégias alimentares, que variaram em riqueza de espécies consumidas, nos critérios de seleção morfológico-nutricional, bem como na amplitude de variação destes critérios. A estratégia mais freqüente foi a dieta diversificada com alta riqueza de espécies e flexibilidade nutricional, mas, ao mesmo tempo, com alta seletividade morfológica. O contraste entre a restrição morfológica e a diversidade de espécies consumidas deve-se, provavelmente, à riqueza de espécies na Floresta Atlântica, associada a um processo de convergência evolutiva direcionado a um tipo morfológico de fruto comum. O tamanho corpóreo da ave pode ter uma certa influência sobre o grau de seletividade morfológica dos frutos, onde as aves menores seriam mais seletivas. No entanto, a relação parece ser fraca em função da plasticidade comportamental verificada nas aves menores, que ultrapassam suas limitações morfológicas impostas pela largura do bico. A flexibilidade nutricional deve estar relacionada com o “trade-off” entre a alta variação nutricional encontrada nas espécies de frutos da Floresta Atlântica e a habilidade da ave em diversificar sua dieta. Em relação à semelhança nos critérios de seleção, as maiores afinidades foram encontradas nas aves pequenas (Emberizidae e Pipridae) que selecionaram os menores frutos com altas % de açúcar solúvel. Por outro lado, as espécies maiores (Ramphastidae, Cracidae, Cotingidae e Muscicapidae) mostram as maiores divergências interspecíficas nos critérios adotados. Estes resultados podem ter implicações evolutivas no mutualismo plantas/frugívoros. Palavras-chaves: nicho alimentar, frugivoria, seleção de fruto. Apoio: CNPq, CAPES, FMB, BIOTA/FAPESP (www.biota.org.br). 245
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