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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

Palestra 23: “Características da pesca associada entre aves e golfinhos na Baia Norte de<br />

Santa Catarina, sul do Brasil”<br />

Palestrante: Vitor Piacentini (CBRO/UFPR)<br />

Data: 26/11/2004<br />

Horário: 10:30 hs<br />

A associação entre aves marinhas e mamíferos aquáticos, notadamente cetáceos, tem sido<br />

objeto de estudo em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Os motivos de tal associação<br />

são diferentes nos diferentes locais, mas a maioria deles envolve a partilha de recursos<br />

alimentares. Na Baía Norte (a qual separa a Ilha de Santa Catarina do continente), em<br />

Florianópolis, há uma população residente do boto-cinza (Sotalia guianensis) cuja ocorrência<br />

representa o limite sul de distribuição da espécie. Esta população de botos (= golfinhos) tem<br />

sido objeto de diversas pesquisas ao longo dos últimos anos, entre elas um estudo sobre a<br />

associção com aves marinhas. Em pouco mais de dois anos, foram observadas sete espécies de<br />

aves em associação de pesca com os golfinhos: fragatas (Fregata magnificens), trinta-réis<br />

(Sterna maxima, S. sandvicensis eurignatha e S. hirundinacea, cujos dados quantitativos foram<br />

agrupados sob Sterna spp. em razão da impossibilidade de se identificar todos os indivíduos<br />

presentes em alguns bandos), atobás (Sula leucogaster), algumas poucas gaivotas (Larus<br />

dominicanus) e, muito raramente, biguás (Phalacrocorax brasilianus). As aves mais abundantes<br />

na pesca associada foram os trinta-réis, com bandos de até aproximadamente 150 indivíduos no<br />

inverno. Estes bandos apresentavam uma proporção estimada de uma Sterna maxima para cada<br />

10-15 S. sandvicensis. A presença de indivíduos de S. hirundinacea foi apenas esporádica, com<br />

poucos registros ao longo do estudo. Em seguida, as aves mais abundantes foram as fragatas,<br />

cujos bandos eram menos numerosos, raramente ultrapassando 20 indivíduos. As fragatas tanto<br />

aproveitavam peixes afugentados contra a superfície pelos golfinhos quanto cleptoparasitavam<br />

os trinta-réis, chegando mesmo a se observar tentativas de cleptoparasitismo sobre os botos.<br />

Durante a primavera de 2002, as fragatas foram quantificadas também em função de classe<br />

etária, permitindo confirmar a maior freqüência de juvenis em relação a machos e fêmeas<br />

adultos. Por último, os atobás foram as aves menos freqüentes (excetuando-se gaivotas e biguás,<br />

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