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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

NOVO REGISTRO <strong>DE</strong> CHARITOSPIZA EUCOSMA (O MINEIRINHO) PARA O<br />

ESTADO <strong>DE</strong> SÃO PAULO.<br />

Gustavo Sigrist Betini 1 e José Fernando Pacheco 2<br />

1 Doutorando pela Universidade de São Paulo, Laboratório de Ecologia Animal Cx. P. 09,<br />

Piracicaba, SP, 13418-900, Brasil. E-mail gsbetini@esalq.usp.br<br />

Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos<br />

2 Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. E-mail: jfpacheco@terra.com.br<br />

O mineirinho Charitospiza eucosma distribui-se no Brasil desde o Meio-Norte,<br />

passando por todo Brasil central (Piauí, sul do Maranhão e sudeste do Pará, se<br />

estendendo em direção ao sul por Tocantins, Goiás, oeste da Bahia e Minas Gerais,<br />

sudeste do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e noroeste de São Paulo). É espécie típica<br />

de campos cerrados, estando associado, ao que tudo indica, aos campos queimados<br />

constantemente. Movimentos migratórios sazonais são admitidos, mas ainda não foram<br />

devidamente estudados. Pela lista oficial de espécies ameaçadas do Estado de São Paulo<br />

ele é considerado provavelmente extinto. Há sete registros da espécie para São Paulo.<br />

Nos dias 08/01/2002, GSB observou um macho desta espécie na Faz. Dois Córregos,<br />

em Altinópolis nordeste de São Paulo. Na manhã do dia seguinte, outro macho foi visto<br />

na mesma área, podendo tratar-se do mesmo indivíduo. A área, um cerrado com mais de<br />

1500 ha, era queimada anualmente até 1998, segundo informações dos moradores da<br />

região. Este novo registro traz à discussão três assuntos principais: 1. a pouca<br />

importância que registros históricos têm recebido no Brasil. Neste caso, uma consulta à<br />

tais registros, impediria a classificação desta espécie como PE para São Paulo. Sugerese<br />

a reclassificação desta espécie para criticamente em perigo; 2. o fato da espécie estar<br />

em ponta de distribuição e poder ser naturalmente rara, não significando que esteja em<br />

extinção. Esta discussão, trazida à tona por Graeme Caughley, é relevante do ponto de<br />

vista científico, pois as estratégias de conservação para uma espécie rara podem ser<br />

diferentes daquelas adotadas no caso de espécies em declínio (mesmo quando os dois<br />

casos ocorrem simultaneamente na mesma espécie); 3. a importância da conservação de<br />

campos, incluindo processos “naturais” como as queimadas. A idéia de um ambiente<br />

florestal intacto, abundante em número de espécies, povoa o imaginário do senso<br />

comum. Entretanto, isto não pode ser considerado na ciência. Campos cerrados, que<br />

naturalmente não se apresentam tão exuberantes para nossos olhos, e queimadas, algo<br />

que o senso-comum considera prejudicial, devem ser estudados para que possam vir a<br />

ser considerados pela ciência, caso necessário, como mecanismos de auxílio na<br />

conservação da biodiversidade.<br />

Palavras-chave: Charitospiza eucosma; mineirinho; distribuição; São Paulo.<br />

Órgão Financiador: VCP <strong>–</strong> Votorantim Celulose e Papel.<br />

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