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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

ESTUDO COMPARATIVO DAS DIETAS <strong>DE</strong> BUTEO ALBICAUDATUS<br />

(ACCIPITRIDAE) E TYTO ALBA (TYTONIDAE) NA REGIÃO <strong>DE</strong> JUIZ <strong>DE</strong><br />

FORA, MG<br />

Marco A. Monteiro Granzinolli & José Carlos Motta-Junior<br />

Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências <strong>–</strong> Universidade de São Paulo <strong>–</strong> São Paulo -<br />

SP (e-mail: mottajr@ib.usp.br)<br />

Tem sido argumentado por vários autores que a sobreposição trófica entre aves de<br />

rapina diurnas e noturnas seria muito baixa, tendo em vista os distintos horários de caça.<br />

No entanto, outros autores argumentam que presas com hábitos crepusculares ou ativas<br />

tanto durante o dia como à noite poderiam mudar este quadro. Objetivando testar essas<br />

idéias procedemos a um estudo comparativo das dietas do gavião-de-rabo-branco (Buteo<br />

albicaudatus) e da suindara (Tyto alba). O local do estudo foi a região de Juiz de Fora<br />

(MG), onde foram coletadas respectivamente 259 e 131 pelotas, entre agosto de 2000 e<br />

setembro de 2001. As presas foram identificadas por meio de coleção de referência da<br />

área de estudo, a qual também serviu de base para as massas médias de cada espécie de<br />

presa, usadas para se estimar a biomassa bruta ingerida. A análise desse material, após<br />

tratamento com solução aquosa de NaOH a 10% durante 4 h, revelou respectivamente<br />

3292 e 919 presas individuais. Em termos numéricos, para B. albicaudatus os<br />

invertebrados, especialmente Acrididae (gafanhotos), representaram 88% da dieta. Já<br />

para T. alba os vertebrados, em especial roedores, foram os mais importantes (63,3%).<br />

Quando se analisa a dieta em termos de biomassa bruta ingerida nota-se que os<br />

vertebrados agora representam 76,6% das presas do gavião, revertendo o quadro<br />

anterior. Para a suindara, a importância dos vertebrados aumenta ainda mais em<br />

biomassa (96,9%). Cabe ressaltar que para os invertebrados, o gavião concentrou-se em<br />

insetos ativos durante o dia (gafanhotos) enquanto a coruja o fez com insetos noturnos<br />

(esperanças - Tettigonidae e grilos - Gryllidae). Já no caso dos vertebrados, embora<br />

houvesse certa coincidência quanto aos roedores mais predados (Calomys tener, Akodon<br />

spp, Oligoryzomys spp) por ambas aves de rapina, o gavião consumiu 11,5% de<br />

biomassa de aves, enquanto a suindara apenas predou um Turdus sp (0,9% da biomassa<br />

total). Se por um lado o consumo de insetos seguiu os respectivos períodos de atividade<br />

de cada rapinante, o mesmo não aconteceu com os roedores, os quais são crepuscularesnoturnos.<br />

Assim, os gaviões aparentemente também utilizam as horas crepusculares<br />

para caçar, o que resultou em certa sobreposição com as corujas quanto a estes roedores.<br />

Palavras-Chave: Buteo albicaudatus, Tyto alba, dieta.<br />

Órgãos financiadores: FAPESP, CNPq.<br />

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