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FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia<br />

21 a 26 de novembro de 2004<br />

Universidade Regional de Blumenau/SC<br />

ANÁLISE DO CONTEÚDO ESTOMACAL DOS EXEMPLARES <strong>DE</strong><br />

CALONECTRIS DIOME<strong>DE</strong>A (PROCELLARIIDA<strong>DE</strong>, PROCELLARIIFORMES)<br />

ENCONTRADOS MORTOS NO SUL DO BRASIL.<br />

Maria Virginia Petry, Vanda Simone da Silva Fonseca, Jaqueline Brummelhaus,<br />

Roberta da Cruz Piuco<br />

Museu de Zoologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Av. Unisinos, 950, CEP.: 93022<br />

000, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: vpetry@bios.unisinos.br;<br />

vanda.fonseca@terra.com.br; 0517184@cirrus.unisinso.br; 0512638@cirrus.unisinos.br<br />

As aves marinhas da família Procellariidae, chamadas de pardelas ou petréis, são<br />

consideradas pelágicas, pois só se dirigem às regiões costeiras para a reprodução, após<br />

este período vivem em alto mar, de onde obtém seu alimento. O bobo-grande, como é<br />

conhecida Calonectris diomedea, captura as suas presas na superfície da água. A sua<br />

dieta é constituída principalmente de peixes e cefalópodes. A reprodução ocorre de<br />

maio a setembro na região do Mar Mediterrâneo e na costa de Portugal, após este<br />

período a ave migra para o hemisfério sul, sendo encontrada principalmente de<br />

dezembro a maio no estado do Rio Grande do Sul. O objetivo deste trabalho é a análise<br />

do conteúdo estomacal dos exemplares de C. diomedea encontrados mortos na costa do<br />

Rio Grande do Sul. Os conteúdos estomacais analisados foram obtidos no período de<br />

julho de 1997 a julho de 1998. Quando foram realizados 13 monitoramentos, um em<br />

cada mês, num trecho de 150 Km, na orla entre Pinhal e a barra da lagoa do Parque<br />

Nacional da Lagoa do Peixe. Dois desses monitoramentos, que ocorreram em julho de<br />

1997 e outubro de 1997 tiveram abrangência de 622 Km de Torres à barra do arroio<br />

Chuí. Das 257 carcaças encontradas de C. diomedea, foram coletados 192 estômagos, os<br />

quais tiveram o conteúdo analisado. Os itens encontrados nos conteúdos foram<br />

separados por semelhança em natural e sintético. Os itens que compõem a dieta foram<br />

agrupados por níveis taxonômicos, para uma identificação mais específica. Verificou-se<br />

a presença de cefalópodes determinados através de bicos de quitina, como Argonauta<br />

nodosa e Histioteuthis sp. e de peixes, pelos otólitos como Paralonchurus brasiliensis,<br />

Porichthys porosissimus e Prionotus punctatus. Os cefalópodes estavam presentes em<br />

93% dos estômagos analisados e peixes em 17%. Constatou-se que os cefalópodes<br />

representam um item importante na dieta de C. diomedea durante o período migratório.<br />

Também foi verificada a presença de nematódeos em 76% dos conteúdos. Em 78% dos<br />

estômagos foi constatada a presença de material sintético, com média de 13 pedaços de<br />

plástico por indivíduo. As aves contaminadas por estes itens não apresentavam tecido<br />

adiposo, sugerindo que suas mortes estavam associadas aos efeitos sub-letais<br />

provocados pela ingestão de peças plásticas.<br />

Palavras-chave: Calonectris diomedea, Rio Grande do Sul, itens naturais e sintéticos.<br />

Órgãos financiadores: UNISINOS/UNESCO<br />

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