FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

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XII CBO <strong>–</strong> Congresso Brasileiro de Ornitologia 21 a 26 de novembro de 2004 Universidade Regional de Blumenau/SC Mesa Redonda 04: “Aves marinhas: situação atual e perspectivas no Brasil “ Debatedores: Dr. Joaquim Olinto Branco (UNIVALI) Data: 24/11/2004 Horário: 8:00 hs Fábio Olmos 1 Dr. Fábio Olmos (BirdLife) MsC. Leandro Bugoni (FURG) MsC. Márcio Amorim Efe (IBAMA/CEMAVE) A Conservação de Aves Marinhas no Brasil 58 1 BirdLife International <strong>–</strong> Programa do Brasil. E-mail: f-olmos@uol.com.br Um total de 82 espécies de aves marinhas foi registrado como ocorrendo no Brasil na obra-síntese mais recente sobre a ornitologia brasileira (Sick 1997). Desde então mudanças taxonômicas e novos registros feitos em alto-mar e na zona costeira ampliaram o total de táxons reconhecidos para 91, e esse número tem continuado a crescer. Dois grandes grupos de espécies de aves marinhas podem ser identificados no Brasil. Um componente de nossa fauna é representado por espécies que não se reproduzem em território nacional, mas utilizam águas brasileiras como área de alimentação ou de passagem durante suas migrações. Estas são espécies consideradas principalmente oceânicas e incluem os albatrozes, petréis e pardelas. Os maiores problemas de conservação que afetam estas espécies no Brasil estão associados à pesca, especialmente com espinhel. A mortalidade de espécies ameaçadas como Diomedea dabbenena, Thalassarche melanophris, T. chlororhynchos e Procellaria conspicillata pela frota brasileira é significativa. Também há problemas associados à poluição por petróleo e outros hidrocarbonetos. O uso mandatório e monitorado de medidas mitigadoras que minimizem o acesso das aves aos anzóis iscados é a melhor estratégia para evitar a mortalidade nas pescarias.
Outro grupo é o das espécies que se reproduzem em ilhas costeiras ou oceânicas do Brasil, incluindo-se aí as ilhas do Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Ilha da Trindade e Martim Vaz. Este grupo inclui 3 pardelas, 3 atobás, 2 rabos-de-palha, 3 fragatas, 3 gaivotas, 1 talha-mar e 10 trinta-réis. Ilhas brasileiras como Atol das Rocas, Alcatrazes e Fernando de Noronha abrigam algumas das maiores de populações de algumas espécies como Sterna fuscata, Fregata magnificens e Phaethon lepturus no Atlântico Sul. Ilhas no litoral de São Paulo têm as únicas colônias de Sterna maxima em todo o país, enquanto um pequeno grupo de ilhas no Espírito Santo abriga a maior parte das Sterna eurygnatha que nidificam no país. A nova lista de espécies ameaçadas divulgada em 2003 pelo Ministério do Meio Ambiente inclui várias das espécies oceânicas, assim como várias das que nidificam no país. Áreas como Ilha da Trindade (com três espécies ameaçadas, incluindo duas criticamente em perigo), Fernando de Noronha (três espécies ameaçadas) e Abrolhos (uma espécie ameaçada) se destacam pela necessidade de manejo. As maiores ameaças às espécies nas ilhas brasileiras são a destruição de seu habitat (associada à expansão humana em Fernando de Noronha), a introdução de predadores (especialmente grave em Fernando de Noronha e Abrolhos) e a perseguição direta. Há urgente necessidade de um programa de conservação para a Ilha da Trindade (sob administração da Marinha do Brasil), assim como de erradicação de predadores (especialmente ratos) em Fernando de Noronha e Abrolhos. Esta última, no entanto, envolve o uso de iscas envenenadas, o que é controverso para certos setores. Ilhas importantes, como Cagarras, Itatiaias, Queimada Grande e Alcatrazes aguardam para ser transformadas em unidades de conservação, o que enfrenta tanto a lentidão governamental como a resistência de setores ligados à pesca esportiva e a própria Marinha. Aves Marinhas Costeiras no Rio Grande do Sul e Captura Incidental de Albatrozes e Leandro Bugoni 1 Petréis em Barcos de Arrasto nas Ilhas Falkland 1 FURG, Departamento de Ciências Morfo-biológicas. As principais espécies de aves marinhas costeiras no Rio Grande do Sul são as gaivotas Larus dominicanus e Larus maculipennis e andorinhas-do-mar Sterna spp. Não há colônias reprodutivas na costa devido à ausência de ilhas e estas aves são encontradas predominantemente durante o período não reprodutivo, em bandos com milhares de indivíduos, 59
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