FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - SBO

cujos poucos registros não permitiram análises quantitativas). A variação sazonal dos bandos de
fragatas e atobás não apresentou qualquer padrão, ao contrário dos trinta-réis, que foram bem
mais abundantes no inverno, época em que migram para Santa Catarina para reproduzir
(juntando-se aos poucos indivíduos que permanecem durante o verão em SC). Outras espécies
observadas junto aos bandos de aves marinhas, mas cujo interesse não era diretamente os peixes
arrebanhados pelos golfinhos, foram as gaivotas-rapineiras (Catharacta spp. e Stercorarius
parasiticus). As espécies do gênero Catharacta apareceram principalmente no inverno,
notamente a gaivota-rapineira-chilena (C. chilensis), mas com um registro confirmado de
gaivota-rapineira-do-sul (C. maccormicki), o primeiro para Santa Catarina. Já a gaivota-
rapineira-comum (Stercorarius parasiticus) apareceu no verão, formando bandos de até 22
indivíduos. As gaivotas-rapineiras foram vistas apenas cleptoparasitando os atobás e, mais
freqüentemente, os trinta-réis, não tendo sido registrada qualquer tentativa pelas gaivotas de
predar outras aves. Outro aspecto estudado na associação de aves marinhas e botos foi a
variação de freqüência ao longo do dia (das 8h às 17h). Há uma clara prevalência de aves
associadas aos golfinhos no período da tarde, principalmente entre 14h e 15h para fragatas e
trinta-réis e entre 15h e 17h para os atobás. Esses picos de atividade coincidem com os horários
de maior intensidade do vento e conseqüente agitação do mar. As razões para esse padrão não
são ainda totalmente claras e continuam sob estudo. De maneira geral, a pesca associada entre
aves e golfinhos na Baía Norte pode ser interpretada como uma interação comensalista não-
obrigatória com ocorrência diária, contudo mais freqüente e intensa no inverno.
1 Pós-graduação em Ecologia & Conservação – UFPR
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO)
E-mail: ramphocelus@hotmail.com / rupornis@yahoo.com.br
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