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SUJEITO SABERES E PRÁTICAS SOCIAIS

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significativo para eles/elas. “No cerne do pensamento de Mead, encontrase<br />

a idéia central segundo a qual as pessoas são produtoras de suas próprias<br />

ações e significações” (LAPASSADE, 2005, p.19). Assim, os indivíduos<br />

produzem as suas ações e dão sentido a elas na medida em que apreendem<br />

valores na interação com os outros no meio social.<br />

Construídos no decorrer do processo de interação entre as pessoas,<br />

os valores compõem a dimensão simbólica da comunidade. “Um símbolo<br />

é um estímulo que tem um significado apreendido e um valor para as<br />

pessoas, que reagem em função desses significados e valores [...]”<br />

(LAPASSADE, 2005, p.20). No interacionismo simbólico há uma<br />

preocupação epistemológica primordial: analisar o modo como as pessoas<br />

interagem no cotidiano da comunidade.<br />

Neste sentido, o indivíduo é concebido como um ser ativo. Quando<br />

interpretam o conteúdo significativo dos símbolos, atores e atrizes<br />

assumem papéis reconhecidos pelos outros. Há, portanto, a concepção de<br />

uma atitude reflexiva por parte do ser humano que não é visto como mero<br />

receptor passivo de normas.<br />

Berger (1986) baseia-se no interacionismo construtivista de Mead<br />

para demonstrar a formação da identidade, ressaltando a importância da<br />

interação social para o reconhecimento do papel que o indivíduo<br />

desempenhará, posteriormente, na sociedade. A criança constrói sua<br />

identidade na medida em que tem contato com os papéis sociais.<br />

A criança primeiro assume papéis ligados àquelas pessoas que Mead chama<br />

de seus ‘outros significativos’, isto é, aquelas que lidam com ela mais de<br />

perto e cujas atitudes são decisivas para a concepção que a criança faz de si<br />

mesma. Mais tarde, a criança aprende que os papéis que representa são<br />

relevantes não só para seu círculo íntimo, como também se relacionam<br />

com as expectativas da sociedade em geral (BERGER, 1986, p.113).<br />

No convívio social, a criança assume um papel esperado pelos<br />

outros que estão próximas a ela. O papel que a criança representará será<br />

reforçado pelas pessoas que a cercam. Para Mead (1974), a identidade é<br />

construída de forma progressiva. “A identidade emerge do meio das

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